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Ciudadanos: Terceira eleição é hoje "mais real do que ontem"

18 de agosto de 2016 às 11:34

Quem o afirmou foi o secretário-geral do grupo parlamentar do partido Ciudadanos (centro-direita) numa entrevista à rádio Cadena Ser

O secretário-geral do grupo parlamentar do partido Ciudadanos (centro-direita) disse esta quinta-feira, dia 18, em declarações à rádio Cadena Ser, que a hipótese de haver umas terceiras eleições em Espanha "é mais real do que ontem".

O líder do Partido Popular (PP, direita) e primeiro-ministro em funções, mas sem os votos necessários para formar governo sozinho, Mariano Rajoy, "não tem a capacidade de liderança necessária" para assumir uma nova etapa da política em Espanha, avaliou Miguel Gutiérrez, em entrevista à mesma rádio espanhola.

Na opinião do porta-voz parlamentar do Ciudadanos, Rajoy "não tem nenhuma vontade de sujeitar-se a uma investidura" à frente de um novo executivo e "procura apenas apoios pessoais".

Espanha está num impasse político desde as eleições de 20 de Dezembro de 2015, repetidas a 26 de Junho, mas sem que um partido saísse, de novo, com a maioria dos votos.

O PP venceu a segunda votação, elegendo 137 deputados (num total de 350), o que não chega para poder formar governo sozinho. O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) ficou em segundo lugar, com 85 deputados, a aliança de esquerda Unidos-Podemos em terceiro, com 71, e o Ciudadanos em quarto, com 32.

Miguel Gutiérrez contou que a reunião marcada para hoje entre Mariano Rajoy e o líder do Ciudadanos, Albert Rivera, "já estava decidida na semana passada" e não se mostrou surpreendido com o facto de o líder do PP não ter fixado uma data para o debate de investidura, nem ter assumido, perante os membros do seu partido, as condições impostas pelo Ciudadanos para apoiar o seu governo.

O Ciudadanos apresentou seis condições para apoiar um governo liderado pelo PP, que passam por uma reforma do sistema democrático e por um reforço da luta contra a corrupção política.

Gutiérrez sublinhou esta quinta-feira que apenas o "sentido de Estado" levarão o Ciudadanos a apoiar a um governo liderado pelo PP. "Vamos ver se o que [Rajoy] não diz publicamente, diz em privado; se hoje não se comprometer com um texto de acordo para a revitalização política, nem fixar uma data de investidura, não teremos mais nada a falar", frisou.

Segundo o porta-voz parlamentar do Ciudadanos, já passou uma semana e "parece que a reunião da comissão executiva do PP, que se realizou na quarta-feira, serviu para falar sobre as férias uns dos outros".

Na quarta-feira, Rajoy disse que o Comité Executivo Nacional do PP o autorizou a negociar com Rivera e assegurou que fará todos os possíveis para formar um governo.

Rajoy, que falava numa conferência de imprensa após a reunião onde lhe foi dada "carta branca" para negociar com Rivera, adiantou que não foram discutidas as condições do Ciudadanos.

O presidente do PP disse ainda que quer falar com o líder do PSOE, Pedro Sánchez, para saber se quer "uma repetição das eleições" e "qual é a data que considera melhor para a tomada de posse".

Assegurando que fará tudo para formar um governo, Rajoy advertiu que "a responsabilidade não é apenas do PP" e que a tomada de posse não será possível se o PSOE "não der o passo" necessário.

Mesmo se obtiver o apoio do Ciudadanos e da Coalición Canaria, com a qual também mantém contactos, o PP conseguirá apenas 170 votos, precisando ainda de pelo menos 11 abstenções para formar governo.

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