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P. Diddy enfrenta mais 120 novas denúncias de abuso sexual

Luana Augusto 02 de outubro de 2024 às 13:14

25 pessoas eram menores à data dos eventos que motivaram a denúncia e terão sido abusadas sexualmente nas festas organizadas pelo rapper.

Orappere produtor musical Sean Combs, mais conhecido por P. Diddy ou Puff Daddy, foi alvo de denúncias de abuso sexual por cerca de uma centena de pessoas. A informação foi avançada na terça-feira, 1, pelo próprio advogado das alegadas vítimas, Tony Buzbee, que avançou ainda que os lesados irão avançar com um processo contra o norte-americano. 

REUTERS/Mario Anzuoni

P. Diddy foi detido por acusações de tráfico sexual, extorsão e outros crimes, e uma mulher revelou ter engravidado depois de a terem drogado.  Agora, 120 pessoas decidiram avançar. 

Da lista de supostas vítimas farão parte 25 menores, abusados quando tinham apenas nove anos de idade. Metade das vítimas são homens e outra metade, mulheres naturais de mais de 25 estados norte-americanos, sublinha o advogado. As alegações vão desde 1991 até este ano, com incidentes ocorridos em Los Angeles, Nova Iorque e Miami. A maioria aconteceu depois de 2015. 
 
Um homem que tinha na altura nove anos descreve ter sido abusado sexualmente por Sean Combs e pelos seus associados num estúdio de gravação em Nova Iorque, enquanto conseguia um contrato com uma produtora. "Saí da indústria por causa do que Sean Combs fez comigo", disse a alegada vítima num comunicado citado pelo advogado. 
 
Já um outro homem, que também era menor na época, alegou que o rapper lhe disse na altura que seria uma "estrela", mas que para isso teria que o visitar sozinho sem os seus pais. P. Diddy terá solicitado posteriormente sexo oral, recorda Tony Buzbee. 
 
O representante das alegadas vítimas deu também a conhecer o caso de uma rapariga de 15 anos que alega ter sido levada de avião para Nova Iorque para uma festa organizada pelo rapper, e que foi posteriormente abusada sexualmente pelo próprio e ainda outras pessoas. 
 
P. Diddy tinha por hábito organizar festas com a presença de diversos famosos para marcar o lançamento de um álbum ou para celebrar o Ano Novo ou o Dia da Independência dos EUA, entre outras ocasiões. Era nestes momentos, em residências privadas e hotéis, que a maioria das pessoas terão sido abusadas, reportam os lesados. O modus operandi era claro. As pessoas recebiam sempre bebidas antes de serem alvo de abuso sexual. 
 
"Muitas vezes, especialmente os jovens que queriam entrar na indústria, foram coagidos a esse tipo de comportamento com a promessa de se tornarem estrelas", explicou o advogado. Agora, "o maior segredo da indústria do entretenimento foi finalmente revelado ao mundo. O muro do silêncio foi agora quebrado". 
 
Perante o cenário, Tony Buzbee garante que ele e toda a sua equipa farão de tudo para "encontrar partes potencialmente responsáveis" pelo suposto abuso "ou qualquer indivíduo ou entidade que participou ou se beneficiou deste comportamento flagrante", assegurou na terça-feira aos jornalistas. "Este é um assunto importante que pretendemos abordar agressivamente." 
 
Contudo, face às acusações Erica Wolff, advogada que representa P. Diddy, reportou que o rapper nega "enfática e categoricamente" as acusações, dizendo que são "falsas e difamatórias". Num comunicado enviado à BBC, a advogada acrescentou ainda que "espera provar a sua inocência e justificar-se no tribunal, onde a verdade será estabelecida com base em provas e não em especulações". 
 
Sean Combs está detido desde 16 de setembro, encontrando-se atualmente sob custódia federal depois da sua fiança ter sido negada.

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