A honra perdida de Israel
O alargamento propagandístico da acusação de anti-semitismo só serve os verdadeiros anti-semitas e acaba por aprofundar o isolamento de Israel
O alargamento propagandístico da acusação de anti-semitismo só serve os verdadeiros anti-semitas e acaba por aprofundar o isolamento de Israel
O objetivo é "evitar outro massacre no coração do país" como o de 7 de outubro de 2023 e pedem ao primeiro-ministro que o faça antes do final da sessão de verão do Parlamento, a 27 de julho, segundo o jornal The Times of Israel.
Reconhecer o Estado da Palestina é relevante para fazer valer o princípio da negociação política e essa é a única consideração que importa e que Portugal deve ter em conta.
A invasão da Ucrânia gerou a onda de choque que gerou precisamente porque rompeu com a ordem estabelecida, assente na recusa das disputas territoriais diretas entre Estados do mundo "desenvolvido". Poderá inclusive dizer-se que o colonialismo puro e duro nunca desapareceu por completo.
Para a semana olhamos para o que aí vem. Por agora, olhemos para o que ficou. E a primeira reflexão é sobre as legislativas de março, que mudaram quase tudo no País Político, se bem que não na sociedade em curso.
O conceito de “guerra paralela” começou a circular com mais intensidade pela mão do coronel John Warden III, arquiteto do “domínio aéreo” na Operação Tempestade do Deserto. Regressa agora, e aplica-se da Ucrânia a Gaza.
A humilhação é tremenda para a teocracia instalada em Teerão, mas tal ainda não significou a submissão ou rendição pretendida por Netanyahu, apesar dos resultados esmagadores no campo de batalha.
Esta rebelião estudantil não é como a dos anos 60. Defende o boicote e desinvestimento e o fim de Israel, desconhece a história e chegou ao antissemitismo. As universidades não souberam reagir ao desafio e Joe Biden. Na Casa Branca, também não.
O atual primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, não esconde que, a principal motivação da sua vida política, nos últimos trinta anos, tem sido travar e bloquear os Acordos de Oslo (1993).
Escreveu uma história da Palestina como uma biografia do seu povo e da sua família. Denuncia o que considera um projeto colonialista de Israel e ataca a forma como os EUA e a Europa estão a permitir o que acusa serem “crimes de guerra” na Faixa de Gaza.
Fala-se muito, todos os dias, a todas as horas, numa espécie de evangelho laico, absoluto e indiscutível: “dois estados” no território da Palestina. E os detalhes?
O professor catedrático da Universidade de Coimbra diz que a religião tem mais facilidade de mobilizar comunidades do que a política. Daí ser usada para o conflito na faixa de Gaza.
Não é uma luta ancestral por religião, cultura, identidade e território. Mas também é. Não é meramente uma partida de esgrima entre fantasmas doutrinários. Mas também é. Não é a propaganda em ação, a desinformação e a história alternativa. Mas também é.
A ordem internacional foi construída, principalmente, pelo mundo ocidental e tem epicentro entre Washington e Nova Iorque. A ordem sofre, cada vez mais, a contestação oriunda de vários quadrantes na cena internacional, por ser, alegadamente, parcial a favor dos interesses dos seus criadores.
Ataques terroristas, operações militares, massacres, a guerra israelo-palestiniana tem sido marcada por violações dos direitos humanos e do direito internacional.
Ao fim de quatro décadas, este Carnaval político-ideológico, encenado e participado, maioritariamente, pelos funcionários do regime teocrático, tem vindo a perder fervor.