
A dor de perder um bebé que ninguém viu
As pessoas à volta tendem a desvalorizar o sofrimento de quem vive uma perda gestacional, por ser "apenas" uma gravidez. Os especialistas dizem que processo de luto deve ser acolhido e compreendido.
As pessoas à volta tendem a desvalorizar o sofrimento de quem vive uma perda gestacional, por ser "apenas" uma gravidez. Os especialistas dizem que processo de luto deve ser acolhido e compreendido.
O Expresso noticiou hoje que um bebé nasceu prematuro numa ambulância mas acabou por morrer após a admissão na Urgência Obstétrica do hospital de Leiria.
Não é de agora, esta moda de os democratas-cristãos não conseguirem distinguir um embrião de um bebé. Isto vem de lugar nenhum e vai sempre ao mesmo sítio: homens fazem as considerações que entendem e acabam sempre a querer decidir pelas mulheres.
A perda recorrente de gravidez afeta cerca de 5% das mulheres grávidas em todo o mundo e estima-se que cerca de metade dos casos permaneçam sem explicação.
"Ser mãe é mais do que dar à luz, ser mãe é amar mesmo de colo vazio", frisa mentora do projeto.
Uma perda gestacional é também acompanhada por várias questões médicas, desde o estudo das causas que levaram à perda até o acompanhamento que tem que ser feito para que sejam possível prevenir ao máximo que gravidezes futuras tenham o mesmo término.
No grupo de apoio Pais Coragem juntam-se vários pais que sofreram uma perda gestacional. O objetivo é que, com a ajuda de vários profissionais de luto, sejam desenvolvidas "estratégias e ferramentas para o processo de luto" num espaço onde estes pais"são acolhidos e podem partilhar as suas vivências em relação ao processo de luto".
A SÁBADO assistiu a uma reunião da associação Pais Coragem, que ajuda pais que perderam filhos durante a gravidez. A 15 de outubro, assinala-se o Dia para a Sensibilização da Perda Gestacional.
Segundo a lei publicada esta segunda-feira, que altera o Código do Trabalho, está previsto também o direito a acompanhamento psicológico dos progenitores, a iniciar cinco dias após o falecimento.
Os nove projetos de lei apresentados pelos partidos e pelas duas deputadas não inscritas foram todos aprovados na generalidade.
E se a oportunidade surgir. Com aproximação ao PS? Não responde diretamente. A advogada, que chegou a deputada com o PAN e se desfiliou, faz um balanço do mandato e considera "uma vergonha" o regimento para os não inscritos.
A ex-deputada do PAN considera que o documento "tem pontos positivos e tenta responder" às necessidades provocadas pela pandemia, mas "mantém insuficiências em áreas" como a igualdade de género, o setor da cultura e as políticas de bem-estar animal.
Cristina Rodrigues argumenta que deve ser reconhecido "o direito ao luto no caso de perda gestacional", uma situação que "pode representar uma interrupção repentina de um projeto de vida e, como tal, traz um forte impacto para aqueles que estão envolvidos emocionalmente na vivência da conceção de um bebé".