Deixem o Luís trabalhar
A ‘rentrée’ deste ano, a festinha pontalícia da autosatisfação laranjal, foi uma verdadeira entrada para um labirinto de ressentimento, autismo político, incompreensão sobre um país obrigado a sobreviver para lá do governo.
A ‘rentrée’ deste ano, a festinha pontalícia da autosatisfação laranjal, foi uma verdadeira entrada para um labirinto de ressentimento, autismo político, incompreensão sobre um país obrigado a sobreviver para lá do governo.
O conceito de burocracia tem vários sentidos. Uns mais populares, outros científicos. Certa é a sua conotação negativa. Tal é a sua conotação negativa generalizada, como se tratasse de um lugar infernal na Terra, que não é com certeza por acaso a escolha política da palavra "guerra" pelo Governo para a combater.
Governantes que batem com a mão no peito e vão de vez em quando à missa, que se consideram bons cristãos, atiram-se aos alvos dos mais fracos, sem sequer o esforço fundamental de os tentar perceber, de se colocar no seu corpo e na sua vida, o principal mecanismo que gera a empatia.
A promiscuidade entre partidos, operacionais políticos e obras públicas não é exclusiva do país vizinho.
Combati Eanes nessa época tanto quanto pude. Mas o General Eanes redimiu-se do PRD, valorizando retrospectivamente a sua importante acção nos eventos de 1974-5, incluindo o 25 de Novembro.
Oriana Fallaci citou Cunhal: “Nós, os comunistas, não aceitamos o jogo das eleições.” O próprio viria a desmentir. A conversa marcou o espírito democrático do PCP – ou a falta dele.
Não ignore os sinais.
Apareceu pela primeira vez nos jornais ainda não tinha 4 anos, depois de assistir ao atropelamento mortal da mãe. Descendente de ferroviários, cresceu de terra em terra, mas foi em Santarém, ao volante de um Citroën 2CV, que pediu a mulher em casamento. Juntos adotaram dois bebés, viajaram pela Europa a acampar e viram o cancro matar o herói de Abril. No Luxemburgo, a filha Catarina tornou-se delegada sindical. Os netos cresceram a ouvir as histórias do avô revolucionário.
A relativização da integridade na política pode ser muito perigosa para o Estado de direito mas também para o relativizador.
Aos 10 anos, aprendeu com Marceneiro, Amália e Carlos do Carmo e hoje é uma das melhores vozes do fado. Lança agora um novo disco. Fala da família, dos filhos, e confessa que ainda hoje está num grupo de recuperação dos excessos de drogas e álcool.
A saga da EFACEC acabou como acabam sempre as empresas “estratégicas”: fomos roubados por milionários.
Os médicos iam reservando o prognóstico. Passaram horas sem fim. Até a maldita ex-mulher apareceu. Fui gerindo os desencontros. Mas quem verdadeiramente geria emoções – e, sobretudo, ia-me gerindo – era a desempoeirada.
Joana Marques Vidal marcou a construção de uma justiça democrática, livre e sem medo. Que hoje está em risco.
Na sua primeira intervenção, Mortágua lembrou a ditadura de Salazar e um país que "se vergou à tristeza, à emigração forçada, à maldita guerra e à secundarização das mulheres".
É pelo capitão Maia, pelos rapazes dos tanques e por Carvalho, que vivemos há 50 anos em liberdade e podemos gritar, a plenos pulmões, 25 de Abril sempre!
O nacionalismo serve para fechar as fronteiras aos não portugueses, brancos, a defesa da “família tradicional” para atacar as mulheres e a comunidade LGBTQ+. Da causa e da guerra cultural, patrocinando anátemas e políticas, passam para o corpo, com a castração química como forma de combater a pedofilia, e a prisão perpétua e a pena de morte para sancionar o crime. Todas estas propostas foram ou são património do Chega, mesmo que algumas sejam convenientemente esquecidas em períodos eleitorais.