A alta condecoração e a homenagem feita ao General Eanes no 10 de Junho é mais do que merecida. Fui um crítico duro das suas actividades políticas, em particular a criação de um partido, o PRD, que se alimentava das mesmas fontes actuais do populismo nacional, numa altura em que este era ainda muito débil. Mas era o mesmo, o "nós" e "eles", a renovação salvífica da democracia dos seus partidos fundadores, e o ataque ao PS e a Mário Soares como alvo principal. Meteu-se com a pessoa errada, e após um primeiro sucesso eleitoral o PRD acabou por perder o impacto inicial e desaparecer após a sua última tentativa séria de travar o acesso de Mário Soares à Presidência, o passo que faltava para a democratização pós-25 de Abril, a eleição de um presidente civil. Combati Eanes nessa época tanto quanto pude.