A promiscuidade entre partidos, operacionais políticos e obras públicas não é exclusiva do país vizinho.
Aqui ao lado, Pedro Sánchez está pendurado pelas mãos na corda de secar. Em 2018, o primeiro-ministro espanhol chegou ao poder graças à derrocada do Partido Popular, entalado por um enorme escândalo de corrupção e financiamento ilegal. Agora, o mesmo vício que já tinha desgastado o centro-direita corrói o PSOE no centro-esquerda. É assim que as democracias se esvaziam. Sánchez roubou meia cartilha a António Costa: pediu "desculpa e perdão" aos espanhóis e amaldiçoou o número três do seu partido e seu homem de confiança, Santos Cerdán, agora suspeito de cobrar comissões em obras públicas. Mas, ao contrário do vizinho português, o primeiro-ministro espanhol recusa demitir-se. Para já, o que o vai segurando não é tanto a confiança do eleitorado, do seu partido ou dos seus parceiros de coligação, mas o receio de uma sombria derrota eleitoral e de uma subida expressiva da extrema-direita, em caso de eleições antecipadas. Pedro Sánchez está a empatar, porque vencer esta crise será impossível.
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