Os concertos da Global Citizen levam estrelas mundiais da música para atrair o ativismo de milhares de pessoas - e pressionar os políticos a agirem contra a pobreza extrema e as alterações climáticas. O ativista-gestor vem a Portugal falar sobre como passar das intenções à prática.
Esta semana, João Paulo Batalha escreve sobre as restrições à liberdade de expressão e manifestação das democracias da Europa
As restrições à liberdade de expressão e manifestação denunciam democracias amedrontadas, indignas do nome.
Este tipo de ações não violentas têm sido alvo de divergências e controvérsia no debate público. Independentemente de se concordar ou não com a operacionalização e comunicação das mesmas, é indubitável que as penas aplicadas a estes protestos não violentos são manifestamente desproporcionais.
A capacidade mobilizadora e o poder transformador dos coletivos de resistência climática são hoje inegáveis. Sentados no alcatrão, estes ativistas estão a fazer história.
O que falta aos ambientalistas é um bom relações públicas. Alguém que se sente com eles e lhes explique a maneira mais eficaz de chamarem a atenção, mas de uma forma que seja construtiva, e não apenas destrutiva.
O casamento de alta sociedade, que decorreu nesta sexta-feira em Chester, Inglaterra, ficou marcado pela elegância do vestido de Olivia Henson, pela presença do príncipe William e pelo protesto do Just Stop Oil.
Os ativistas exigem que o governo interrompa novos projetos de combustíveis fósseis e convoque as instituições desportivas do Reino Unido a unirem-se à resistência civil contra as políticas genocidas do governo.
Nas últimas semanas, somam-se os quadros alvo de ataques com sopa ou puré de batata, às mãos de ativistas ligados aos grupos Just Stop Oil e Last Generation. E se acontecesse em Portugal?
Grupos como os Scientist Rebellion ou Extinction Rebellion ganham cada vez mais apoiantes que se manifestam contra as alterações climáticas. Um dos métodos mais comuns é colarem-se durante o protesto. Desta vez, não correu completamente como planeado.
Em Londres, dois membros do movimento Just Stop Oil atiraram contra a figura de cera que estava no Museu Madame Tussauds.
Jovens ligados à associação Just Stop Oil, contra a exploração de combustíveis fósseis, não danificaram a obra de 1888.
Nas últimas semanas têm-se registado protestos idênticos na Europa. No London Academy of Arts, um grupo de ativistas colou-se às molduras de algumas obras de arte. Durante o Tour de France registaram-se protestos que chegaram a parar momentaneamente a competição.
O grupo 'Extinction Rebellion' bloqueou hoje as entradas da sede da Lloyd's, para que a empresa deixe de apoiar projetos com combustíveis fósseis.
