Projeto de vigilância da gravidez prevê um enfermeiro para 75 grávidas
A partir do próximo ano, os cuidados de saúde primários da Península de Setúbal, e da área Amadora-Sintra vão receber um projeto-piloto.
A partir do próximo ano, os cuidados de saúde primários da Península de Setúbal, e da área Amadora-Sintra vão receber um projeto-piloto.
A Ordem refere que a sua proposta assenta no respeito rigoroso pelas competências de cada profissão e coloca o médico de família no centro das equipas multidisciplinares.
A Ordem dos Enfermeiros apresentou recentemente uma proposta para acompanhamento e vigilância da gravidez de baixo risco, nas maternidades dos hospitais, onde cerca de 70% dos partos são de baixo risco.
A newsletter de terça-feira.
A proposta de acompanhamento de grávidas de baixo risco é toda ela uma linha vermelha para a Ordem dos Enfermeiros. "Não há divergência" com Ordem dos Médicos, que, no entanto, traça a sua linha mais adiante.
Ana Rita Cavaco, ex-bastonária da Ordem dos Enfermeiros, reagiu com ironia à notícia de que a Ordem dos Médicos deu luz verde para que grávidas de baixo risco possam ser seguidas por enfermeiros especialistas nos centros de saúde, onde não têm médico de família. "Há anos que no SNS os enfermeiros fazem 80 a 90% dos partos normais", explica.
Nos centros de saúde onde não tenham médico de família.
Faltam na região do Algarve 1.500 enfermeiros generalistas e cerca de 500 enfermeiros especialistas.
Na maioria dos casos, foi preciso substituir médicos, sendo praticamente nulos os casos de substituição de outros profissionais.
Entre 2013 e 2022, a taxa de episiotomia em partos vaginais não instrumentados caiu de 63% para 21%, nos hospitais públicos portugueses.
Num parecer, o Colégio de Medicina Geral e Familiar (MGF) manifesta preocupação com a proposta que prevê a vigilância de grávidas sem médico de família por Enfermeiros Especialistas em Saúde Materna e Obstétrica (EESMO).
Esta solução "permite que os médicos obstetras se dediquem a situações de maior complexidade".
Em declarações na Comissão Parlamentar de Saúde, Ana Paula Martins disse que este ano foram registados cerca de 50 partos em ambiente extra-hospitalar.
Embora integrada na linha SNS 24 a linha de prevenção do suicídio vai operar de forma totalmente autónoma, com identidade e número próprios, o 1411.
A nova linha nacional para a prevenção do suicídio será assegurada por psicólogos e enfermeiros especialistas em saúde mental e psiquiatria.
Ordem dos Enfermeiros defende medida como solução para os problemas do fecho de urgências e dizem que Ana Paula Martins se mostrou"recetiva", mas os médicos dizem que garantiu não querer novos edifícios. À SÁBADO tutela refere apenas não ter tomado nenhuma decisão.