Ministro diz à SÁBADO que não sabia de nada. Adjudicação de €101 mil foi anulada por motivos ainda pouco claros. Processo começou antes de Leitão Amaro tomar posse e decorreu e terminou na altura em que o Governo demitiu a provedora.
Hoje contamos-lhe a história de uns jogos de praia que decorreram em Lisboa com ramificações ao PSD e à terra do primeiro-ministro
Ex-provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa afirma que a sua exoneração elo governo da AD foi um "saneamento político". Ana Jorge critica cortes cegos da atual gestão e a perda de autonomia financeira da Santa Casa. E conta o caos que descobriu no Brasil, entre a falta de contas e uma arma no banco de um carro.
O seu escritório de advogados tem uma avença de €30 mil por mês, desde 2023, com a Santa Casa Global, a empresa criada para a internacionalização do jogo.
Quanto se pagou a quem não pertencia ao grupo de amigos e outras histórias.
A Fundação Ricardo Espírito Santo Silva sobrevive com apoio público desde o fim do BES, mas se fechar o património reverterá para a família. Estatutos de 1953, blindados, dificultam a gestão. O maior mecenas, a Santa Casa, está a repensar o apoio. A Câmara de Lisboa vai pedir parte do dinheiro de volta.
Em causa está a criação da BRB Loterias, que foi suspensa tanto no Brasil como em Portugal.
Dezenas de dirigentes e militantes socialistas ainda lideram setores-chave da Administração Pública. Quando exonera, Governo gere calendário das comissões de serviço para não pagar indemnizações.
Maria do Rosário Palma Ramalho disse que a SCML estará "em boas mãos e em melhores condições para enfrentar os desafios que agora tem pela frente", sendo o seu maior desafio a "sustentabilidade financeira", problema que "ditou a substituição da anterior mesa pela mesa atual".
No fim de maio já tinha tomado posse Paulo Duarte Sousa, nomeado pela ministra Rosário Palma Ramalho como novo provedor, sucedendo a Ana Jorge no cargo.
As nomeações partidárias, os “jobs for the boys” e a apropriação do dinheiro da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa são práticas que duram ali há quase 200 anos, explica a historiadora.
Escolhido pela ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Ramalho, Paulo Sousa ocupou, previamente, cargos como a presidência do Banco Comercial de Investimentos e a vice-presidência da Cruz-Vermelha Portuguesa.
A administração da SCML foi exonerada a 29 de abril passado, tendo a ministra Maria do Rosário Ramalho justificado a decisão de afastar Ana Jorge e a sua equipa por uma "total inação" face à situação financeira na instituição.
Maria do Rosário Ramalho reiterou que não se tratou de uma exoneração política, mas antes justificou que teve a ver com a "situação gravíssima" da instituição.
Ana Jorge, que se mantém como provedora da SCML enquanto não é nomeada uma nova equipa de administração, está a ser ouvida na Comissão de Trabalho, Segurança Social e Inclusão a pedido dos partidos IL, PS e Chega, sobre a situação financeira da instituição, a internacionalização dos jogos sociais e exoneração da Mesa.
