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Sindicatos da PSP voltaram a sair desiludidos da reunião no Ministério da Administração Interna

Lusa 12 de dezembro de 2025 às 20:23
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Em causa está uma proposta de atualização de 2,15% de todos os suplementos em 2026. Sindicato diz que aumento proposto é "inacreditável".

Os sindicatos da PSP voltaram esta sexta-feira a sair desiludidos de uma reunião no Ministério da Administração Interna (MAI) depois de ter sido proposta uma atualização de 2,15% em todos os suplementos em 2026.

Sindicatos da PSP desiludidos após reunião no Ministério da Administração Interna sobre atualização salarial
Sindicatos da PSP desiludidos após reunião no Ministério da Administração Interna sobre atualização salarial MIGUEL A. LOPES/LUSA

Os sindicatos da Polícia de Segurança Pública receberam a garantia do MAI que todos os suplementos - turno, piquete, comando, residência e serviço especial - atribuídos de acordo com a função que o polícia desempenha vão ser revistos, mas até que esta alteração aconteça serão atualizados no próximo ano em 2,15%, tal como vai acontecer em toda a função pública.

Em declarações à Lusa, o presidente do Sindicato Nacional dos Oficiais de Polícia (SNOP) classificou como "inacreditável" o aumento proposto, relembrando que os suplementos não são revistos na PSP há quase 20 anos.

"Isto é aflitivo. Esta atualização significa um gasto total de 890 mil euros na PSP", disse Bruno Pereira.

Também o presidente do Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol), Armando Ferreira, discordou da atualização, considerando tratar-se de tostões, uma vez que significa um aumento de cerca de quatro euros para cada polícia.

O Sinapol, que já pediu a demissão da ministra da Administração Interna, continua a considerar que Maria Lúcia Amaral "não respeita os sindicatos" e mantém essa exigência.

Na reunião, o MAI apresentou ainda uma nova proposta sobre os serviços remunerados, passando as duas tabelas, a geral (tabela A) e a destinada às competições desportivas de natureza não profissional (tabela B), a ter um aumento de 15%.

Os sindicatos da PSP não concordam, tendo Armando Ferreira sublinhado que a proposta "favorece os grandes grupos económicos e o próprio Governo".

O presidente do Sinapol defendeu uma única tabela e um aumento de 63% do valor hora pago pelo serviço a entidades públicas e privadas fora do horário de trabalho dos polícias, bem como uma regulação destes serviços.

Também o presidente do Sindicato Independente dos Agentes de Polícia (SIAP), Carlos Torres, disse à Lusa que deve passar a existir uma tabela única e "regras sobre a prestação dos serviços remunerados", nomeadamente períodos mínimos de descanso.

Carlos Torres defendeu um aumento de 20% à hora e adiantou que o MAI ficou agora de analisar as propostas apresentadas pelos sindicatos.

Por sua vez, o presidente do SNOP considerou que rever os serviços remunerados "não é prioridade", sendo "uma questão menor".

"O Governo tem as prioridades invertidas", disse.

A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), o maior sindicato da PSP, abandonou as negociações na última reunião, acusando o Governo de não estar a cumprir o acordo celebrado em julho de 2024.

A próxima reunião de negociação está marcada para janeiro, sem data concreta, e deverá estar em discussão a higiene e saúde no trabalho.

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