Sábado – Pense por si

Pedro Passos Coelho, o calvário privado de um homem público

Maria Henrique Espada
Maria Henrique Espada 07 de março de 2020 às 20:25

Ela pediu um conselho para se mostrar sem peruca – o marido era primeiro-ministro. Ele quase falhou uma entrevista na televisão quando teve a má notícia. Laura Ferreira morreu no dia 25, após cinco anos duros, em que o marido a apoiou sempre.

Sexta-feira, 3 de julho de 2015. Laura Ferreira estava no aeroporto Sá Carneiro, no Porto, à espera de embarcar com o marido, para uma viagem oficial a Cabo Verde. Tinha tido autorização médica para fazer a deslocação, já conseguia andar, embora estivesse fragilizada, e faltavam-lhe ainda algumas sessões de quimioterapia para finalizar, esperava-se, os tratamentos. Queria fazer aquela viagem com o marido, que incluía a Guiné, onde nasceu, e Cabo Verde, onde cresceu com a família. Mas na sala de espera pediu para falar com o assessor de imprensa do primeiro-ministro, Rui Baptista. Estava com uma peruca, que a certa altura acabou por tirar. Explicou-lhe que lhe tinha já caído o cabelo, por causa dos tratamentos e que lhe tinham arranjado aquela peruca. No fundo, queria uma opinião: "Não me sinto bem com ela, é como se não fosse eu. As pessoas iam ficar muito chocadas, o que é que iam pensar, se não a usasse?"

Para continuar a ler
Já tem conta? Faça login

Assinatura Digital SÁBADO GRÁTIS
durante 2 anos, para jovens dos 15 aos 18 anos.

Saber Mais
Cuidados intensivos

Regresso ao futuro

Imaginemos que Zelensky, entre a espada e a parede, aceitava ceder os territórios a troco de uma ilusão de segurança. Alguém acredita que a Rússia, depois de recompor o seu exército, ficaria saciada com a parcela da Ucrânia que lhe foi servida de bandeja?