Sábado – Pense por si

Passos não acredita no fim da "geringonça"

Líder do PSD admite que há uma “situação política de estabilidade”. Passos já pediu ao deputado Sérgio Azevedo que explique viagem à China a convite da Huawei

O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, admitiu este sábado que Portugal "tem uma situação política de estabilidade" e sublinhou que não se vislumbra "no horizonte próximo" qualquer cenário de crise que possa pôr em causa o Executivo.

"O Governo goza de maioria no Parlamento; só alguém muito desatento é que consideraria que faltam condições de apoio parlamentar que pudesse deixar antever qualquer cenário de crise política", afirmou aos jornalistas em Barcelos, à margem de uma reunião com candidatos da coligação PSD-CDS às juntas de freguesia daquele concelho. Passos Coelho reagia assim à entrevista do Presidente da República ao Diário de Notícias, em que Marcelo dá conta de que não gostaria de ser obrigado a dissolver a Assembleia da República.

"Não creio que haja no horizonte próximo, quando praticamente metade de legislatura está cumprida, qualquer perspectiva de, da parte do Partido Comunista Português, Bloco de Esquerda ou Partido Socialista, haver uma situação que configure instabilidade", referiu o líder do PSD.

Coelho lembrou que o próprio primeiro-ministro já referiu que o Orçamento do Estado para 2018 será "o mais fácil de fazer". "Dá um sinal de confiança quanto às condições políticas de apoio junto dos partidos que suportam o Governo. Entre esses partidos, tem havido reiterada condição de apoio ao funcionamento do Governo. Creio que não vale a pena estarmos a perder tempo a analisar potenciais situações em que a falta de apoio parlamentar pudesse conduzir a uma crise política", rematou.

Governo acompanha "de forma correcta" a crise na Venezuela

Pedro Passos Coelho considerou que a situação na Venezuela "é muito preocupante" por se encontrar num "estado quase de sítio que se vem arrastando há bastante tempo", mas sublinhou que as autoridades portuguesas têm vindo a acompanhar "de forma correcta e adequada" a situação dos portugueses e lusodescendentes que vivem naquele país.

E concorda com o reforço do orçamento para acudir à situação. "É uma situação excepcional, que vai requerer medidas excepcionais, de dispêndio maior. Parece prudente que o Governo possa querer reforçar os meios disponíveis para o efeito", afirmou.

Trata-se de uma situação que, sublinhou, "preocupa bastante", porque há muitos portugueses e muitos lusodescendentes que lá vivem. "No essencial, do que vou vendo, o Governo tem vindo a actuar com prudência nesta matéria e todo o esforço diplomático que tem vindo a ser feito tem sido canalizado para apoiar os que mais precisam", acrescentou.

Pediu explicações de viagem pela Huawei

O líder do PSD contou que já pediu ao deputado Sérgio Azevedo para esclarecer o caso da viagem que este fez à China, paga pela empresa de telecomunicações chinesa Huawei.

Passos Coelho adiantou que, na sua opinião, não estará em causa "nada que do ponto de vista ético envolva responsabilidade do deputado relativamente à empresa em causa". "Mas acho que essas matérias devem ser vistas por quem compete analisar se houve ou não alguma coisa que não seja mais correta ou que configure alguma irregularidade", acrescentou. Admitiu que, de acordo com as decisões das "instâncias próprias", deverão ser tiradas as respectivas consequências.

Entretanto, Passos considera que deve ser Sérgio Azevedo a esclarecer a situação, sublinhando que já lhe pediu que o fizesse. "Espero que seja rápido", rematou. Em causa está uma viagem à China, em Fevereiro de 2015, paga pela empresa de telecomunicações chinesa Huawei. Nessa viagem, e além de Sérgio Azevedo, deputado do PSD, terão ainda participado Ângelo Pereira, vereador do PSD na Câmara de Oeiras, e Luís Newton, presidente da Junta de Freguesia da Estrela, também do PSD

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