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O diplomata português humilhado por Fidel

Pedro Jorge Castro 18 de janeiro de 2015 às 15:00

Documentos inéditos mostram como o governo de Balsemão autorizou Júlio Mascarenhas a fugir de Havana e a queimar o material dos telegramas

Urgentíssimo" foi a classificação atribuída ao telegrama enviado de Havana para Lisboa, às 23h45 de 16 de Março de 1981. Percebe-se porquê: o encarregado de negócios português em Cuba, Júlio Sales Mascarenhas, sentiu que subitamente corria perigo de vida na ilha. Tinha acabado de ser chamado pelo vice-ministro das Relações Exteriores, Ricardo Alarcón, para uma reunião com todos os embaixadores de outros países ali acreditados. Aí, sem qualquer pré-aviso, foi lida uma declaração do governo de Fidel Castro que dava como "irrefutável" a participação do diplomata português na organização de um assalto à Embaixada do Equador em Havana, que incluiu o sequestro do respectivo embaixador. A operação tinha sido concretizada no mês anterior, em 13 de Fevereiro de 1981, por dissidentes cubanos.

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