Sábado – Pense por si

No interior do laboratório da Polícia Judiciária

Tiago Carrasco 26 de agosto de 2017 às 17:27

Entre cactos e papoilas, blocos de haxixe e cocaína dissimulada, os peritos enfrentam a rápida mutação de novas substâncias vindas da China ou cozinhadas em laboratórios clandestinos

De um apartamento no lugarejo de Virtudes, perto de Aveiras, vinha um cheiro nauseabundo. Alertada pela vizinhança, a polícia forçou a entrada e deparou-se com um cenário inesperado: a casa estava transformada em laboratório e na cama, junto a uma série de reagentes e tubos de vidro, jazia um cadáver. Era um provador, uma cobaia humana que experimentara o composto químico e que colapsara, vítima de overdose. A autópsia e a verificação das impressões digitais revelaram que o corpo, deixado duas semanas em decomposição, não era do dono da casa - um luso-americano deportado dos Estados Unidos por fraude com cartões de crédito, que tinha herdado em Portugal material farmacêutico sofisticado. O suspeito deixara os seus documentos com o morto antes da fuga, de forma a despistar as autoridades. E conseguiu: nunca foi apanhado.

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