"Temos de aprofundar a Convenção de Albufeira, sem qualquer objetivo de obter maior caudal vindo de Espanha", defendeu Matos Fernandes.
O ministro do Ambiente reafirmou hoje a necessidade de "aprofundar a Convenção de Albufeira", para haver uma maior regularidade nos caudais do rio Tejo, afastando, no entanto, a possibilidade de o país obter um maior caudal vindo de Espanha.
"Temos de aprofundar a Convenção de Albufeira, sem qualquer objetivo de obter maior caudal vindo de Espanha. Não podemos ter o que não há e o caudal do Tejo está muito diminuído em relação ao que era ao tempo em que Convenção foi negociada e muito bem negociada", disse o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes durante a sessão de abertura do Encontro Nacional de Entidades Gestoras de Água e Saneamento, que decorre até sexta-feira em Ílhavo com o tema "A Água em Portugal na próxima década -- Roteiro para 2030".
Matos Fernandes avisou que a negociação dos caudais do Tejo é uma tarefa "extraordinariamente difícil", adiantando que "Espanha defende que se há maior irregularidade na chuva também se deveria tornar ainda mais irregular o cumprimento dos caudais previstos na Convenção".
Por isso, o ministro defende que é necessário ganhar alguma independência na regularização dos caudais do Tejo e admitir estudar "sem preconceitos" a construção de uma barragem no rio Ocreza.
"Até ao verão teremos um estudo prévio com quantidades, alternativas, principais impactos ambientais -- e é inegável que eles existirão -- custos e outros usos que possam ajudar a compensar a conta desses mesmos custos de investimento da barragem", afirmou.
Matos Fernandes criticou a forma como Espanha cumpriu a Convenção de Albufeira no último ano hidrológico, com "o esvaziamento da albufeira de Cedillo sem compensação a partir das albufeiras a montante, nomeadamente Alcántara e Valdecañas", esperando que esta atitude não se repita.
"Hoje a situação é mais favorável. Cedillo já subiu seis metros dos 13 que ainda terá de subir e Espanha acedeu ao pedido português comprometendo-se com a regularização da albufeira de Cedillo até meados de dezembro. Os dados que dispomos dão como altamente provável que tal venha a acontecer", observou.
Matos Fernandes falou também sobre a tendência para se agravar a escassez de água em Portugal, defendendo que a única solução para combater este problema é "fazer um uso mais parcimonioso deste recurso", em conjunto com a redução de perdas e a adoção de princípios de economia circular.
"Portugal pertence à bacia do Mediterrâneo e a água que consumimos é em maior quantidade do que aquela que temos disponível e por muito que nos esforcemos só há uma verdadeira solução para combater a escassez que é gastar menos água", afirmou.
O governante anunciou ainda estar em curso a elaboração de um quadro estratégico com a informação clara sobre quais as disponibilidades e carências de cada bacia hidrográfica que estará concluído em conjunto com os planos de contingencia da seca dentro de um ano.
Organizado bianualmente pela Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas (APDA), o Encontro Nacional de Entidades Gestoras de Água e Saneamento tem mais de 600 participantes de todo o país e estrangeiro.
O programa inclui palestras, comunicações livres, mesas redondas e um debate, bem como a maior exposição de equipamentos e serviços do setor da água.
Ministro põe de parte pedir mais água no Tejo a Espanha
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Quando tratados como a Carta das Nações Unidas, as Convenções de Genebra ou a Convenção do Genocídio deixam de ser respeitados por atores centrais da comunidade internacional, abre-se a porta a uma perigosa normalização da violação da lei em cenários de conflito.
Governo perdeu tempo a inventar uma alternativa à situação de calamidade, prevista na Lei de Bases da Proteção Civil. Nos apoios à agricultura, impôs um limite de 10 mil euros que, não só é escasso, como é inferior ao que anteriores Governos PS aprovaram. Veremos como é feita a estabilização de solos.
"O cachecol é uma herança de família," contrapôs a advogada de Beatriz. "Quando o casamento terminou, os objetos sentimentais da família Sousa deveriam ter regressado à família."