No prefácio do livro, o Presidente da República escreve que "Maria Barroso foi uma excecional atriz de carreira cortada pela vida política e pela censura ditatorial".
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, escrevem no livro "Maria Barroso: Os legados", que será lançado na sexta-feira e apresentado pela antiga eurodeputada socialista Ana Gomes.
Marcelo e Guterres escrevem sobre o legado de Maria BarrosoVítor N. Garcia / Correio da Manhã
Este livro será lançado no âmbito de uma conferência promovida pela Fundação Mário Soares e Maria Barroso sobre o papel político, cívico e cultural desempenhado pela atriz, ativista, resistente à ditadura do Estado Novo, fundadora do PS e mulher do antigo Presidente da República.
Uma iniciativa que está integrada nas comemorações do centenário do nascimento de Mário Soares, que são coordenadas pelo escritor José Manuel dos Santos.
No prefácio do livro, o Presidente da República escreve que "Maria Barroso foi uma excecional atriz de carreira cortada pela vida política e pela censura ditatorial".
"Foi também uma mulher culta, uma pedagoga, uma formadora de muitas gerações de crianças e jovens. Foi ainda uma lutadora pela democracia, pela liberdade e uma socialista que acreditava na conjugação dessas três dimensões de servir a comunidade", aponta.
Depois, conclui: "Como Presidente da República curvo-me, grato, pela sua vida e pela sua obra. Em nome de Portugal".
Já António Guterres, antigo primeiro-ministro socialista entre 1995 e 2001, deixa um testemunho em que defende que Maria Barroso "foi mais que uma figura pública" e que a sua presença, "profundamente humana, era íntegra, calorosa e gentil".
"O seu empenho na educação, a defesa destemida pela democracia, o combate à exclusão social e o compromisso firme com os direitos humanos não eram ideais abstratos. Eram prementes, pessoais e enraizados no amor e carinho pelas pessoas. Esse amor era a sua bússola -- e apontou o caminho para muitos, entre os quais eu próprio", salienta o secretário-geral das Nações Unidas.
Após uma nota introdutória de Isabel Henriques de Jesus, deixam também testemunhos sobre Maria Barroso a antiga ministra Maria de Belém Roseira, a antiga presidente da Assembleia da República Edite Estrela, Maria Manuela Aguiar, José Manuel dos Santos, Maria Emília Brederode Santos, Vítor Ramalho, Januário Torgal Ferreira e o antigo ministro Jorge Lacão.
O livro teve a coordenação de Ana Paula Ferreira, Isabel Henriques de Jesus, Maria do Céu Borrêcho, Maria Manuela Aguiar e Teresa Sousa de Almeida.
Já no que respeita à conferência, na Fundação Mário Soares e Maria Barroso, terá como temas centrais os legados da fundadora do PS e deputada Constituinte nos domínios do teatro e do cinema, da poesia, da política e da pedagogia.
A abertura, prevista para as 09:30 horas, será feita por Isabel Soares, filha de Maria de Jesus Barroso e de Mário Soares, e por Isabel Henriques de Jesus, estudiosa da literatura de autoria feminina.
A seguir, o papel de Maria Barroso no teatro e no cinema português será abordado por Eugénia Vasques e por Tiago Bartolomeu da Costa, enquanto José Carlos Vasconcelos e Manuel Alegre farão breves intervenções sobre a relação da fundadora do PS com a poesia. Maria de Belém Roseira e o historiador Pedro Marques Gomes falam depois sobre a sua intervenção política.
Na parte da tarde, os ex-ministros da Educação Isabel Alçada e Marçal Grilo apresentam as respetivas visões sobre a ação de Maria Barroso como pedagoga. Depois, Graça Franco, Guilherme d'Oliveira Martins, Maria Manuela Aguiar e Vítor Ramalho abordam a vertente da intervenção pública.
Marcelo e Guterres escrevem no prefácio do livro "Maria Barroso: Os legados"
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