27.10.2021
27 de Outubro de 2021 às 17:05
Tiago Neto
Cecília Meireles: “Portugueses vão colher tempestades pelo oportunismo da geringonça”
A deputada do CDS-PP, Cecília Meireles, centrou, na maioria, o seu discurso nas críticas ao executivo de António Costa, mas não esqueceu os seus parceiros. Depois de lamentar a crise política que diz estar à porta, fruto do "oportunismo da geringonça", lamenta que os orçamentos sejam, hoje, autênticos "leilões". Confira os principais destaques de um dos últimos discursos antes da intervenção final do primeiro-ministro.
"Ontem, o primeiro-ministro dizia aqui com orgulho que tinha interrompido o arco de governação. Quando estamos ainda a sair de uma pandemia, a geringonça não consegue, sequer, aprovar um OE. A geringonça gosta de ventos de feição; quando as coisas se tornam difíceis ou quando há viragens numas autárquicas, rapidamente cada um vai para seu lado, apresentando mais preocupações eleitorais do que qualquer vestígio de sentido de Estado. Portugal, agora, precisava de tudo, de tudo menos de uma crise política e é lamentável que tenham de ser os portugueses a colher a tempestade semeada pelos ventos de oportunismo da geringonça. Hoje, o PS sai daqui como um partido cuja arrogância o torna um partido incapaz de se entender seja com quem for.
"A primeira marca da governação da geringonça é a transformação que fizeram da política e dos orçamentos em autênticos leilões, com os parceiros a competirem pelas medidas simpáticas para pôr no outdoor e culpar o parceiro do lado quando alguma coisa corria menos bem ou quando eram mais difíceis. Em segundo lugar, Portugal é hoje um dos países mais lentos a recuperar da pandemia. O governo acha que, para Portugal, o a recuperação da riqueza pré-pandemia é uma grande ambição."
"Deste orçamento não rezará a história. O que mais se dirá é que foi o momento em que o primeiro ministro virou a cara à economia para se entregar à ideologia. Em que a esquerda radical impôs a sua utopia face ao mínimo dos mínimos do seu idealismo, em que o país observa que esta maioria caiu. E, por isso, não merece uma segunda oportunidade."