Sábado – Pense por si

Dia 35, a urgência de ir cortar o cabelo

Eduardo Dâmaso
Eduardo Dâmaso 01 de maio de 2020 às 16:15

António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa afinaram a agulha para devolver alguma normalidade à corrente anormalidade e, para quase todos nós, a possibilidade de começarmos a enfrentar a rua por uma urgência imperiosa de ir ao barbeiro cortar o cabelo.

Aí vamos para a vertigem de viver com o vírus no meio de nós. O estado de emergência termina à meia-noite de sábado e no primeiro segundo de domingo começam os dias da calamidade. Esperemos que não de uma literal calamidade mas apenas no que ela tem de juridicamente formal. António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa afinaram a agulha para devolver alguma normalidade à corrente anormalidade e, para quase todos nós, a possibilidade de começarmos a enfrentar a rua por uma urgência imperiosa de ir ao barbeiro cortar o cabelo. Sim, é isso, a normalidade possível vai começar por essas pequenas trivialidades essenciais do quotidiano e da vidinha: ir ao barbeiro, à cabeleireira, aparar as unhas ou retocar a trunfa e a pilosidade geral. A política mostra como é a chave decisiva dos grandes e dos pequenos momentos.

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