E não quis porque achou que o preço de ser CEMGFA era desistir de Belém. Percebeu que queriam "empurrá-lo" para "um determinado sítio": para fora da corrida. A revelação surge em Henrique Gouveia e Melo, um retrato biográfico, de Gustavo Sampaio.
"Quando se dá o 25 de Novembro" de 1975, que estabilizou Portugal em carris mais seguros de democratização, "estamos nós a atravessar a linha do equador, num paquete italiano que nos estava a levar para o Brasil", conta. "O meu pai achava que o regime se poderia tornar uma ditadura de esquerda. E lembro-me de ele me ter dito, nesse momento [em que se soube do desenlace da crise de 25 de Novembro]: "Acho que me enganei, saímos uma semana cedo demais…” Ou seja, que, se fosse uma semana mais tarde, então já não teríamos ido para o Brasil. Isto por causa da indefinição política. O meu pai não era um esquerdista revolucionário e estava preocupado com a iminência de viver debaixo de uma ditadura de esquerda. Então resolveu emigrar.» Foi mais um daqueles momentos de viragem que alteraram significativamente as suas vidas. Tal como no fim da década de 1950, quando recusou a colocação numa das colónias portuguesas na Índia, pouco tempo antes da invasão por forças militares indianas. Terminou a carreira no Ministério Público, rumou a Moçambique e dedicou-se à advocacia no setor privado. Depois, teve de abandonar tudo em Moçambique e voltar para Portugal. De onde já estava a sair, após menos de um ano, precipitadamente. Acabaria por se arrepender dessa decisão. "Atracámos no Rio de Janeiro. O meu pai tinha lá uns contactos que depois se revelaram infrutíferos. Porque era tudo facilidades, mas depois não arranjou emprego, aquelas facilidades à brasileira, prometem tudo e depois… Mas como havia uma comunidade portuguesa forte em São Paulo, onde ele tinha também alguns conhecidos, acabámos por ir para São Paulo uma semana depois. Trabalhou lá como advogado, abriu um pequeno escritório. Primeiro, trabalhou para uma empresa de advocacia e depois acabou por se tornar independente. E a minha mãe trabalhou como secretária de administração, porque foi educada na Rodésia, falava muito bem inglês. Naquela altura, havia muito pouca gente a falar inglês. Trabalhou então numa grande empresa norte-americana, a Upjohn, uma empresa farmacêutica", conta. (...)
"Deram-me a hipótese de atingir o topo da carreira militar"
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Ainda acham que a receita com que deixaram dois partidos moribundos é que deve guiar quem venha apanhar os cacos. A humildade em política anda muito subvalorizada.
André Ventura, à nossa escala, é um sucesso de bilheteira – e as televisões sabem disso. Razão pela qual o abominam (em directo) e o adoram (em privado) porque the show must go on.
A propósito da notícia recente, terrível, assustadora: “Web Summit alerta para falta de 'slots' para jatos privados em Lisboa e desvia alguns aviões para Espanha.” Este alerta da web summit, (ligaram as sirenes?) no meio de tanta dificuldade económica de tanta gente, é assombroso.