Sábado – Pense por si

Crónica: A noite em que Nóvoa ardeu

Fernando Esteves
Fernando Esteves 24 de janeiro de 2016 às 22:13

Lá bem no fundo todos estavam a par da verdade menos escondida: pelas oito da noite, as portas do Palácio de Belém abrir-se-iam inevitavelmente para Marcelo

Faltavam 17 minutos para a derrota de Sampaio da Nóvoa passar de condicional a incondicional quando Vasco Lourenço, seu destemido apoiante, ensaiava uma vez mais perante as câmaras da RTP o blá blá blá que as "figuras referenciais da nação" guardam sempre para as noites eleitorais: o povo português é sábio, o povo português é bom, o povo português é fixe e o resto que se lixe. A cinco metros do militar de Abril, mesmo em frente ao palco instalado no antigo armazém junto ao Tejo que serviu de sede de campanha, estavam as 96 cadeiras que previsivelmente seriam ocupadas daí a pouco. Encontravam-se vazias e assim continuaram até às oito da noite, quando as televisões divulgaram as primeiras projecções, dolorosas para Nóvoa, que apostava tudo na segunda volta, e uma calamidade para a esquerda em geral, passada a ferro por um Marcelo absoluto.

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