Jerónimo de Sousa, líder do PCP, defende que, em "tempo de resistência e de luta", o 1.º de Maio "é um marco de afirmação e luta" e apela à participação nas manifestações.
O líder do PCP denunciou hoje a "epidemia do ataque" aos direitos dos trabalhadores, à boleia da pandemia de covid-19, e fez um apelo à participação nas manifestações do 1.º de Maio, respeitando o "distanciamento sanitário".
Em "tempo de resistência e de luta", o 1.º de Maio "é um marco de afirmação e luta" e "aqueles que estarão nos locais indicados pela CGTP-IN, respeitando os critérios de proteção e distanciamento sanitário, darão diretamente voz às preocupações e reivindicações dos trabalhadores", afirmou Jerónimo de Sousa, numa declaração divulgada pelo PCP através das redes sociais.
Na declaração, sobre "situação dos trabalhadores e o 1.º de Maio", o secretário-geral do PCP assinalou que, com os efeitos do surto epidémico, este ano deve ser "uma importante afirmação da luta pela defesa da saúde e dos direitos dos trabalhadores, pela sua valorização e por um Portugal com futuro".
Jerónimo de Sousa alertou que, "atrás do surto epidémico, está a ser promovida a epidemia do ataque aos trabalhadores, aos seus direitos, salários, vínculos, horários, condições de trabalho, higiene, segurança e saúde".
"Cobrindo-se com o vírus a pegada da exploração crava-se profundamente na vida dos trabalhadores", afirmou.
Jerónimo de Sousa deu exemplos dos efeitos, para os trabalhadores, da pandemia que paralisou parcialmente o país: "Centenas de milhar de trabalhadores foram despedidos, nomeadamente aqueles que tinham vínculos precários, à hora, ao dia e trabalhadores por conta própria que deixaram de ter trabalho e se soma a situação aflitiva de muitos micro pequenos e médios empresários. Mais de um milhão de trabalhadores com a aplicação do lay-off simplificado viram o seu salário cortado em um terço."
E falou nalguns "objetivos imediatos" do "plano reivindicativo" dos trabalhadores, como "a garantia das condições de saúde e segurança no trabalho agora mais exigentes, o pagamento integral das remunerações, o respeito pelos horários de trabalho, a garantia de emprego, a contratação de trabalhadores, a integração de trabalhadores com vínculos precários".
Além disso, fez a defesa do "aumento geral de salários para todos os trabalhadores, da valorização das profissões e das carreiras e do aumento do Salário Mínimo Nacional".
"A valorização do trabalho e dos trabalhadores, dos seus salários e direitos é necessária para a melhoria das suas condições de vida, mas é essencial também como estímulo à criação de emprego e ao desenvolvimento económico", afirmou, dizendo ainda que "a prova está feita" quando, entre 2011 e 2015, no Governo PSD/CDS, se fez o contrário, acrescentando "recessão à recessão".
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 206 mil mortos e infetou quase três milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Em Portugal, morreram 928 pessoas das 24.027 confirmadas como infetadas, e há 1.357 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
O país cumpre o terceiro período de 15 dias de estado de emergência, iniciado em 19 de março, e o Governo já anunciou a proibição de deslocações entre concelhos no fim de semana prolongado de 01 a 03 de maio.
Covid-19: PCP quer trabalhadores no 1.º de Maio com “distanciamento sanitário”
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Só espero que, tal como aconteceu em 2019, os portugueses e as portuguesas punam severamente aqueles e aquelas que, cinicamente e com um total desrespeito pela dor e o sofrimento dos sobreviventes e dos familiares dos falecidos, assumem essas atitudes indignas e repulsivas.
Identificar todas as causas do grave acidente ocorrido no Ascensor da Glória, em Lisboa, na passada semana, é umas das melhores homenagens que podem ser feitas às vítimas.
O poder instituído terá ainda os seus devotos, mas o desastre na Calçada da Glória, terá reforçado, entretanto, a subversiva convicção de que, entre nós, lisboetas, demais compatriotas ou estrangeiros não têm nem como, nem em quem se fiar