Sábado – Pense por si

Chefes de equipa da MAC dizem que deixam de fazer horas dentro de duas semanas

Os chefes de equipa de urgência da Maternidade Alfredo da Costa apresentaram esta quarta-feira uma carta de demissão à administração mas esta disse depois que a situação "está controlada e ultrapassada".

Chefes de equipa de ginecologia e obstetrícia da Maternidade Alfredo da Costa anunciaram que deixam de fazer horas extraordinárias dentro de duas semanas, tornando "inoperacional o serviço de urgência", se não for resolvida a falta de pessoal. A informação foi dada àLusapor uma das chefes de equipa que hoje pediu a demissão, Teresinha Simões.

Os chefes de equipa de urgência da Maternidade Alfredo da Costa (MAC) apresentaram esta quarta-feira uma carta de demissão à administração mas esta disse depois que a situação "está controlada e ultrapassada".

Os profissionais que assinaram e entregaram a carta queixam-se da falta de recursos humanos e dizem que estão exaustos.

Teresinha Simões, uma das chefes de equipa que assinou a carta, disse àLusaque "obviamente a situação não está controlada e ultrapassada", que a carta de demissão se mantém, e que, se a situação não se alterar, dentro de duas semanas os chefes de equipa vão cumprir a lei e deixar de fazer períodos nocturnos e urgências.

A responsável explicou àLusaque, devido à idade, os profissionais podiam deixar de fazer horas extraordinárias.

"Todos já teríamos direito a não fazer noites e continuamos a fazê-lo, todos os chefes de equipa. E muitos podem nem fazer sequer qualquer urgência, porque têm mais de 55 anos", explicou.

Segundo Teresinha Simões, dos oito chefes de equipa de urgência apenas um tem menos de 55 anos.

Teresinha Simões adiantou àLusaque houve uma reunião com a direcção mas que "na prática não foi dado nada" porque foram "prometidas as mesmas coisas que andam a prometer há meses", na sequência de alertas de que "a situação não pode continuar", que tem de ser contratadas mais pessoas, tanto de pessoal de enfermagem como de pessoal médico.

"Estamos a fazer 12 horas extraordinárias todas as semanas e a ultrapassar o nosso limite e a nossa capacidade", alertou na conversa com aLusa.

Teresinha Simões disse que, apesar da carta, "naturalmente" os chefes de equipa vão continuar a trabalhar porque não podem deixar de o fazer "de um dia para o outro", e explicou que apenas retiram o pedido de demissão com dados concretos e não "com promessas".

E disse também que foi proposto aos chefes de equipa fazerem urgências com quatro pessoas nuns dias e cinco noutros, quando habitualmente são sete, o que é "incomportável na Alfredo da Costa, com o movimento e patologia que tem".

"Com esse número de pessoas, se tivermos duas cesarianas ao mesmo tempo não temos rigorosamente mais ninguém", alertou.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!

As 10 lições de Zaluzhny (I)

O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.