Na cidade, cada habitante, restaurante ou loja comercial deposita os sacos do lixo que produz no passeio
A câmara de Braga vai investir quatro milhões de euros na instalação de contentores subterrâneos e de superfície e na compra e adaptação de camiões para limpeza daqueles equipamentos, tudo para "tirar o saquinho do lixo das ruas".
Em entrevista à agência Lusa, o administrador da AGERE, empresa municipal que gere o saneamento a recolha de lixo da cidade, Rui Morais, explicou que o projecto da autarquia pretender "mudar o paradigma" da recolha de lixo na cidade, e que "em nada" vai onerar comerciantes e moradores.
Em Braga, cada habitante, restaurante ou loja comercial deposita os sacos do lixo que produz no passeio e, embora haja um horário próprio (entre as 20 horas e as 23 horas), é comum ver pelas ruas da cidade "lixo espalhado, restos de comida e sacos amontoados", pelo que a medida parece agradar a (quase) todos.
"Queremos mudar o paradigma do saquinho no lixo. Além das questões de limpeza e até de saúde pública, uma cidade virada para o futuro e para o turismo não se coaduna com este método de recolha de resíduos urbanos", explicou Rui Morais.
O responsável admitiu que "mesmo coma existência de um horário para depositar o lixo na rua, há sempre derrame de lixo, animais a brincar com os sacos".
Em tempos, recordou, "já existiram, principalmente nas freguesias fora do centro, os tradicionais contentores verdes mas acabaram por ser retirados porque não havia preocupação com a higienização, o que provocava cheiros intensos".
O "plano" da AGERE passa por duas áreas de acção. "No centro histórico e na zona pedonal há muitos constrangimentos à instalação de contentores subterrâneos, pelo que vamos optar por distribuir pelos restaurantes caixotes de lixo com rodinhas, um para lixo orgânico, outro para lixo não orgânico, incentivando assim também a separação dos resíduos", disse.
Nas zonas mais periféricas, a AGERE quer "naquelas áreas de maior densidade populacional colocar contentores subterrâneos e nas freguesias mais afastadas do centro, a opção será os [contentores] de superfície".
Mas, "para não repetir erros do passado", a empresa municipal vai investir na compra de "dois camiões específicos para a limpeza profunda dos contentores e adaptar os existentes para limpezas mais rápidas e frequentes".
A medida, com implementação prevista para o decorrer de 2017, parece agradar aos comerciantes e moradores de Braga.
"Acho muito bem. Peca é por ser tarde. Não tem jeito nenhum o lixo espalhado na rua, principalmente à noite. Um pessoa quer passear ou passear o cão e está sempre a tropeçar em resto de comida", afirmou à Lusa Albina Gonçalves, moradora na Avenida da Liberdade, uma das principais artérias da cidade.
José Carlos Martins, que tem um restaurante na zona pedonal da cidade, declarou: "Eu apoio. E comprometo-me a separar os lixos. Estamos em pleno século XXI, não podemos tratar o lixo como no século XIX. Em termos de turismo, por exemplo, é um mau cartão-de-visita que a cidade dá".
Sobre custos para habitantes e comerciantes, Rui Morais garantiu que "em nada serão onerados", até pelo contrário.
"A separação do lixo orgânico do não orgânico pode trazer redução de custos no tratamento do lixo. Estamos a estudar uma forma dessa redução ser passado aos comerciantes", referiu.
Albina Gonçalves lembrou que apesar de positiva a medida pode não agradar a todos.
"'Tadinhos é dos canitos e dos bichanos que iam aos sacos comer. A ração vai ser diminuída", disse.
Braga investe €4 milhões para "tirar o saquinho do lixo" das ruas
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