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APAV apoiou 4.687 crianças nos últimos cinco anos

Dos pedidos de auxílio que chegaram à APAV, a vítima era filho/filha do agressor em 2.850 casos. Em 234 casos era colega de escola, em 120 era um conhecido e em 105 dos casos era neto do agressor.

A APAV apoiou 4.687 crianças e jovens, vítimas de 8.035 crimes, nos últimos cinco anos, registando-se um aumento de pedidos de apoio por crimes de natureza sexual contra crianças e jovens, em 2016 e 2017, segundo dados divulgados esta quinta-feira.

No relatório "Estatísticas: Crianças e Jovens Vítimas de Crime e de Violência 2013-2017", a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) indica que, entre 2013 e 2017, prestou auxílio a quase 4.700 pessoas, das quais 810 no ano passado, quando foram contabilizados 1.268 crimes.

Dos pedidos de auxílio que chegaram à associação, a vítima era filho/filha do agressor em 2.850 casos. Em 234 casos era colega de escola, em 120 era um conhecido e em 105 dos casos era neto do agressor.

Das situações reportadas à APAV, 74% dizem respeito a actos de violência em contexto doméstico, tendo maior expressão as situações de violência psicológica e de violência física.

"Cerca de 60% das crianças e jovens são filhos/as dos/as alegados/as autores/as. Com efeito, o espaço de segurança que deveria ser a casa onde residem estas vítimas é, não raras vezes, transformado num cenário de violência a que aquelas são expostas, direta ou indirectamente", refere o relatório.

De salientar que os pedidos de apoio para situações referentes a bullying, que são a expressão maior dos crimes em contexto escolar, totalizaram 428 ocorrências. No ano passado foram registadas 89 situações.

Adianta a APAV que se tem registado tendência crescente para os pedidos de apoio relativos a crimes de natureza sexual cometidos contra crianças e jovens, especialmente entre 2016 e 2017, durante os quais "todos os actos sexuais registados aumentaram entre 30 a 60%".

Independentemente do tipo de violência que as crianças e jovens podem ser alvo, verifica-se um relativo equilíbrio no género – embora a maioria das situações digam respeito a crianças e jovens do sexo feminino – e na idade.

Contudo, verificou-se uma diminuição das ocorrências sobre crianças de idade igual ou inferior a 10 anos em 2016 e 2017, em contraponto com o crescimento de pedidos de apoio para jovens entre os 11 e os 17 anos.

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