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A Câmara de Almada diz ter seguido orientações das entidades competentes. O material "está a ser aplicado apenas na estrada já existente e não na duna".
A Câmara de Almada informou hoje que não colocou alcatrão no acesso à praia da Fonte da Telha, no distrito de Setúbal, mas sim um "betuminoso semipermeável" para ordenar o trânsito e proteger a duna primária.
"A Câmara Municipal de Almada informa que, na reabilitação da via, não há colocação de alcatrão, mas sim de um betuminoso semipermeável, seguindo as recomendações das entidades competentes", esclareceu a autarquia.
Num comunicado divulgado na sua página da internet, acrescentou ainda que o material "está a ser aplicado apenas na estrada já existente e não na duna".
Além disso, frisou que a empreitada "cumpre as diretrizes do Programa Orla Costeira Alcobaça Cabo Espichel", uma vez que a praia da Fonte da Telha está classificada como urbana ou seminatural, consoante a zona.
Segundo o artigo 11.º deste programa, os acessos rodoviários, parques e zonas de estacionamento das praias seminaturais "devem ser delimitados e ter pavimento permeável ou semipermeável".
De acordo com o município, a intervenção em curso tem o objetivo de "ordenar o trânsito e o estacionamento na via já existente", assim como "proteger a duna primária".
"Com a atual intervenção será criada igualmente uma via pedonal e ciclável, impedindo assim que as dunas sejam invadidas por veículos e alvo de destruição", justificou.
Aliás, segundo a Câmara de Almada, a obra é "há muito esperada por moradores e visitantes" da praia da Fonte da Telha e assim todos vão conseguir aceder à zona balnear de uma forma "confortável, segura e tendo em conta a proteção da duna primária ali existente".
Na nota divulgada, a autarquia anunciou ainda que o mesmo pavimento "será também empregue na intervenção das praias do Rei à Bela Vista, o que mereceu o parecer favorável do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF)".
A gestão das praias é uma competência das autarquias e a empreitada não necessitou de autorização do Governo, mas a Câmara de Almada apresentou o projeto à Agência Portuguesa do Ambiente (APA), ao ICNF e à secretaria de Estado da Conservação a Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território.
Segundo o município, nenhuma destas entidades "apontaram qualquer objeção".
Na segunda-feira, a APA esclareceu que "não foi emitido qualquer parecer" dos seus serviços sobre a obra em causa, "atendendo a que tal ato não é da sua competência", mas sim da Câmara de Almada.
No entanto, numa nota escrita enviada à Lusa, defendeu que o projeto "pretende promover e valorizar a praia da Fonte da Telha, designadamente o acesso viário à orla costeira, bem como a contenção das áreas de estacionamento desordenado e abusivo, com a implementação de medidas que impeçam a circulação de veículos para fora das áreas estabelecidas".
Pelo contrário, a associação ambientalista Zero manifestou-se este domingo contra a intervenção, considerando que as obras em curso vão "impermeabilizar de forma dramática um troço considerável junto à linha de água e à arriba fóssil" e "aumentar o acesso e a implantação de mais atividades numa zona já sensível e vulnerável às alterações climáticas e à subida do nível do mar".
Almada não alcatroou duna na Fonte da Telha: meteu "betuminoso semipermeável"
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O Estado português falha. Os sucessivos governos do país, falham (ainda) mais, numa constante abstração e desnorte, alicerçados em estratégias de efeito superficial, improvisando sem planear.
A chave ainda funcionava perfeitamente. Entraram na cozinha onde tinham tomado milhares de pequenos-almoços, onde tinham discutido problemas dos filhos, onde tinham planeado férias que já pareciam de outras vidas.