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Vírus: Grupo de repatriados "não esteve em contacto" com europeus com sintomas

03 de fevereiro de 2020 às 07:42

À chegada a Marselha, 20 das pessoas repatriadas por França apresentaram sintomas de possível contágio e foram sujeitas de imediato a análises e exames médicos. Ministra da Saúde garante que protocolo de voo evitou contactos.

As 20 pessoas que chegaram a Lisboa vindas da China partilharam até Marselha um avião com outros europeus, alguns com sintomas suspeitos de contágio do novo coronavírus, mas não estiveram em contacto.

Em conferência de imprensa, a ministra Marta Temido afirmou que no trajeto do segundo avião que repatriou franceses da cidade chinesa de Wuhan, em que também viajou o grupo de 20 que chegou a Lisboa, foi seguido "um protocolo de voo que permitiu a viagem em condições de não contacto" entre os passageiros.

À chegada a Marselha, 20 das pessoas repatriadas por França apresentaram sintomas de possível contágio e foram sujeitas de imediato a análises e exames médicos.

Apesar de fonte europeia ter dito à Lusa, na quinta-feira, que tinham sido 17 cidadãos portugueses a pedir para regressar de Wuhan, o epicentro da epidemia do novo coronavírus, hoje acabaram por regressar 20, incluindo dois diplomatas portugueses que acompanharam o regresso, e duas cidadãs brasileiras.

Questionada sobre um avião com passageiros chineses que aterrou no sábado em Ponta Delgada, depois de lhe ter sido recusada a aterragem em outros países, a diretora-geral de Saúde, Graça Freitas, referiu que nenhum dos passageiros vinha de Wuhan.

A responsável indicou que foram as autoridades alfandegárias açorianas a contactar as autoridades de saúde, que fizeram um inquérito epidemiológico e recolheram a história clínica dos passageiros.

Graça Freitas indicou que nos aeroportos portugueses se está a fazer o recomendado pelas autoridades de saúde internacionais, aconselhando os passageiros a estarem atentos a sintomas, e que "não há indicação para fazer rastreio à entrada".

A ministra da Saúde afirmou que as 20 pessoas retiradas da China que chegaram a Lisboa vão ficar em isolamento e fazer análises para despistar o novo coronavírus, cujos resultados serão apresentados "nas próximas horas".

Marta Temido realçou que, "à partida, essas pessoas não estão doentes" com o novo coronavírus, e que o grupo vai passar 14 dias em isolamento profilático.

Durante esse período, não poderão receber visitas, mesmo que controladas.

A Direção-Geral da Saúde fará um boletim clínico diário do grupo e o Ministério da Saúde realizará uma conferência de imprensa diária para dar conta da evolução da situação.

No avião de transporte C-130 da Força Aérea Portuguesa, as pessoas que decidiram sair de Wuhan, epicentro do contágio do coronavírus, foram acompanhadas por oito tripulantes e oito profissionais de saúde, incluindo uma equipa de sanidade internacional.

A China elevou hoje para 304 mortos e mais de 14 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).

As Filipinas anunciaram também hoje a morte de um cidadão de nacionalidade chinesa, a primeira vítima fatal fora da China.

Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há casos de infeção confirmados em 24 outros países.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou, na quinta-feira, uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional por causa do surto.

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