TAP: ex-administrador Diogo Lacerda Machado ouvido hoje na comissão de inquérito
Conhecido como "o melhor amigo" de António Costa, Lacerda Machado assumiu depois funções como administrador não executivo da TAP, tendo deixado o trabalho em abril de 2021, antes de terminar o mandato.
O advogado Diogo Lacerda Machado, que negociou a reversão da privatização da TAP, vai ser ouvido esta quinta-feira na comissão de inquérito à companhia aérea, na qualidade de ex-administrador, cargo que deixou em abril de 2021.
Diogo Lacerda Machado representou informalmente o Governo em várias negociações sensíveis, entre as quais a alteração da privatização da TAP levada a cabo na reta final do Governo de PSD/CDS-PP liderado por Pedro Passos Coelho.
As negociações entre o Governo da gerinçonça (PS com apoio do PCP e BE) e o consórcio Atlantic Gateway, de Humberto Pedrosa e David Neeleman, que tinha adquirido uma participação de 61% na TAP, levaram a uma reconfiguração da estrutura acionista, baixando para 45% a parte privada e subindo para 50% a participação do Estado.
A polémica em torno do regime informal em que participou nestas negociações levou António Costa a avançar com um contrato com o advogado e seu amigo pessoal.
Em audição no parlamento, por requerimento do PSD, que exigiu explicações sobre o processo e o seu papel como "negociador", o também antigo secretário de Estado da Justiça disse que começou a negociar a reconfiguração acionista da TAP com os privados "no dia a seguir à posse" de António Costa, "a pedido e sob instruções do primeiro-ministro" e do então ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, a quem prestou "apoio técnico por ter tido a convicção" que a experiência de 30 anos de advocacia e a "familiaridade com os temas da aviação comercial poderiam ser úteis ao Governo e ao país".
Conhecido como "o melhor amigo" de António Costa, Lacerda Machado assumiu depois funções como administrador não executivo da TAP, tendo deixado a administração em abril de 2021, antes de terminar o mandato.
Segundo o Expresso, o então ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e Lacerda Machado "andaram meses em rota de colisão sobre a estratégia para a empresa", tendo António Costa chegado a "intervir para corrigir o ministro".
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