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Suinicultores acusam polícia de intervenção "desproporcionada"

20 de abril de 2016 às 08:17

Os manifestantes protestavam contra a alegada utilização de carne suína espanhola nos produtos da indústria do sector em Portugal. Manifestação durou cerca de 12 horas e resultou em dois detidos

O protesto que juntou meia centena de suinicultores desde as 14h00 de terça-feira terminou por volta das 01h30 desta quarta-feira, depois de dois cortes da Estrada Nacional 1 que resultaram em duas detenções e um ferido. Os manifestantes protestavam contra a alegada utilização de carne suína espanhola nos produtos da indústria do sector em Portugal.

 

Dois manifestantes foram detidos, tendo um deles ficado ferido durante os confrontos com a GNR, cerca das 23h30, durante o segundo corte da estrada, onde os suinicultores despejaram cargas de brita, condicionando a passagem do trânsito. Dos protestos resultaram ainda danos numa máquina usada para retirar as pedras da via.


Em declarações à TSF, o presidente da Associação de Suinicultores de Leiria, David Neves, disse que a intervenção da polícia foi "desproporcionada" e alertou para o facto dos suinicultores estarem "desesperados".

O protesto teve início às 14h00 de terça-feira com a realização de um plenário nas proximidades da Benedita, no concelho de Alcobaça, de onde os produtores de carne de suíno rumaram a Rio Maior, concentrando-se junto à empresa Carnes Nobre, uma das maiores indústrias de produtos transformados.

 

A concentração decorreu de forma pacífica até às 19h00, hora a que terminou uma reunião entre a administração da empresa e quatro elementos do gabinete de crise, recebidos pelos responsáveis da unidade.

 

Dois dos manifestantes saltaram o muro e tentaram invadir a fábrica, em confronto com elementos do Pelotão de Intervenção Rápida do Comando Territorial da GNR de Santarém, que desde o início do protesto se encontrava no pátio da empresa.

 

Os suinicultores, munidos de bandeiras e entoando palavras de ordem a exigir a demissão do  Ministro da Agricultura, Capoulas Santos, deslocaram-se depois para Vendas das Raparigas, na freguesia de Benedita, onde recorreram a camiões para impedir a passagem do trânsito.

 

Os suinicultores despejaram brita numa das faixas, impedindo o trânsito no sentido sul-norte e durante mais de meia hora os carros circularam de forma bastante lenta, sob orientação da GNR.

 

No local estiveram, desde as 21h00, várias carrinhas e uma grua do Pelotão de Intervenção Rápida do Comando Territorial da GNR de Santarém e brigadas cinotécnicas que impediram os manifestantes de se concentrarem na estrada.

 

A indignação voltou a subir de tom cerca das 21h30, quando uma máquina da Junta de Freguesia da Benedita tentou retirar a brita, tendo sido apedrejada pelos suinicultores.

 

A operação foi realizada meia hora depois, com a intervenção dos militares do pelotão de intervenção, que retiveram os manifestantes numa rua adjacente até às 23h00 para permitir a retirada da pedra e a lavagem da via, realizada pelos Bombeiros da Benedita.

 

O grupo abandonou o local para se concentrar dez quilómetros à frente, próximo do cruzamento do Arrimal, de onde recusavam sair sem que os dois detidos, conduzidos para o Posto da GNR da Batalha, fossem libertados.

 

Os suinicultores acabaram por aceder a desmobilizar sob garantia de que os dois detidos seriam libertados. 

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