Sócrates: Marcelo contra ligações entre economia e política e não comenta caso
Presidente diz que se trata de um caso individual, que está a cargo da justiça e que envolve a vida interna de um partido.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou-se, esta sexta-feira, contra ligações entre sectores económicos e políticos, em termos gerais, escusando-se a comentar a decisão do antigo primeiro-ministro José Sócrates de se desfiliar o PS.
O chefe de Estado não quis comentar a desfiliação do Partido Socialista de José Sócrates, alegando que se trata de um caso individual, que está a cargo da justiça e que envolve a vida interna de um partido. "Portanto, a três títulos, eu não posso comentar esta matéria", acrescentou.
Perante a insistência dos jornalistas, em Évora, o Presidente da República disse ter, "há muitos anos", uma posição, em "questões genéricas", contra as ligações entre sectores económicos e políticos. "Quando fui líder partidário, num congresso, fiz um grande ataque às ligações que havia ou podia haver entre sectores económicos e políticos. Isso é em geral", referiu Marcelo Rebelo de Sousa.
José Sócrates, 60 anos, é o principal arguido na Operação Marquês, em que está acusado de vários crimes económico-financeiros, incluindo corrupção e branqueamento de capitais.
No âmbito da investigação, esteve preso preventivamente durante 288 dias, entre Novembro de 2014 e Setembro de 2015.
Sócrates aderiu ao PS em 1981, e foi secretário-geral do partido entre 25 de Setembro de 2004 e 6 de Junho de 2011.
Em 2005, obteve a primeira maioria absoluta do PS em eleições legislativas e foi primeiro-ministro até 2011, depois de o seu Governo ter pedido ajuda financeira ao Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu.
Num artigo publicado noJornal de Notícias, José Sócrates disse que a sua saída do PS visa acabar com um "embaraço mútuo", após críticas da direcção que, na sua opinião, ultrapassam os limites do aceitável.
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