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Rio aponta “manifestas incompatibilidades” ao secretário de Estado Nuno Artur Silva

04 de março de 2020 às 16:24

Primeiro-ministro assegurou que Nuno Artur Silva "obviamente não interfere em qualquer contrato que a RTP celebre".

O líder do PSD, Rui Rio, considerou esta quarta-feira que existem "manifestas incompatibilidades" na tutela da RTP por parte do secretário de Estado Nuno Artur Silva, e considerou que o primeiro-ministro "não está a ver bem o filme".

Na parte final da sua intervenção no debate quinzenal, Rio questionou a venda da participação na empresa Produções Fictícias por parte do secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, dizendo que o lucro desta venda "está indexado aos negócios que a empresa vai ter com a RTP", tutelada pelo governante.

"Há aqui uma manifesta incompatibilidade: ele enquanto elemento que tutela a RTP faz os negócios com a empresa de onde vai obter dividendos se os negócios correrem bem", apontou.

O líder do PSD acrescentou o caso de um terreno vendido pela RTP por 621 mil euros "à data em que o secretário de Estado era administrador da RTP", frisando que o mesmo terreno está agora à venda por 12,5 milhões, vinte vezes mais.

"O senhor primeiro-ministro está capaz de elucidar a Assembleia da República ou ainda não cuidou de ver esta situação? O meu conselho sincero é que veja com muito cuidado, porque são dois dossiês que se cruzam com um secretário de Estado do seu Governo", advertiu.

Sobre a questão da Produções Fictícias, o primeiro-ministro assegurou que Nuno Artur Silva "obviamente não interfere em qualquer contrato que a RTP celebre".

"Relativamente a contratos celebrados pela RTP, estou certo de que o conselho de administração terá o maior gosto em vir à Assembleia da República prestar contas pelo exercício da atividade e desse caso especifico [do terreno]", afirmou.

O líder da oposição disse que, pelas respostas, percebeu que o primeiro-ministro "não vai fazer nada" e deixou novo conselho a Costa.

"Posso dizer que o Governo precisa de um secretário de Estado do cinema, porque o senhor primeiro-ministro não está a ver bem o filme", ironizou.

"Não foi muito elegante dizer que tenho de ir ao oftalmologista, coisa que já sei e tenho de ver se arranjo oportunidade", respondeu Costa, também em tom bem disposto.

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