Secções
Entrar

Presidente aponta "expectativas" de mudança como justificação para greves

15 de dezembro de 2018 às 22:05

A expectativa de resposta a "algumas reivindicações" sociais motiva onda de greves, afirma Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República (PR) afirmou hoje que se criaram "expectativas de ser possível rapidamente" responder a "algumas reivindicações" sociais, apontando este como um dos três factores para a conjugação de greves em vários sectores públicos.

"Não comento situações laborais ou sindicais específicas. O que tenho dito é que há aqui uma conjugação de três factores. Por um lado, há períodos que a história revela que são mais intensos de luta laboral. São períodos que correspondem a expectativas que são geradas e à ideia de que é possível rapidamente convertê-las em modificações da situação social", afirmouMarcelo Rebelo de Sousa, à margem de uma ceia de Natal com famílias carenciadas e sem-abrigo, organizada pela associação Amor Perfeito no Instituto do Terço.

Para o PR, os outros dois factores para se estarem a realizar greves em tantas áreas da sociedade são "o debate do Orçamento de Estado [OE]" e o facto de se tratar de "ano eleitoral", em que "é natural que os vários sectores queiram chamar a atenção dos partidos políticos para aquilo que entendem que é fundamental para o futuro, já não para o futuro no imediato mas para os anos seguintes".

"[As greves] correspondem a estas preocupações: OE, ano eleitoral e expectativas que geraram a ideia de que era possível rapidamente haver avanço de algumas reivindicações sociais", observou.

"A conjugação destes três factores conduz a uma realidade própria da democracia que atinge vários sectores, sobretudo públicos, porque é nos sectores públicos que tem havido greves", afirmou.

O Sindicato Independente do Corpo da Guarda Prisional (SICGP) inicia hoje uma greve de 23 dias, coincidindo com a paralisação marcada por outra estrutural sindical até ao final do ano.

O Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica, que tem em curso uma greve, anunciou hoje que "vai reforçar os serviços mínimos" nesse serviço na quadra natalícia.

Na quinta-feira, o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público decretou uma greve para o início de Fevereiro contra a intenção do PS e do PSD de alteração da estrutura do Conselho Superior do MP, compondo-o maioritariamente por não magistrados.

Entretanto, os juízes, aproveitando a pausa prevista na greve que têm vindo a realizar, decidiram retomar as negociações com o Ministério da Justiça.

A Associação Sindical dos Juízes Portugueses admite, contudo, que também estes magistrados continuem a greve, a partir de 23 de janeiro, juntando-se à luta dos profissionais do Ministério Público.

A "greve cirúrgica" dos enfermeiros, que se iniciou em 22 de Novembro e termina em 31 de Dezembro, está a decorrer nos blocos operatórios do Centro Hospitalar Universitário de S. João (Porto), no Centro Hospitalar Universitário do Porto, no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, no Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte e no Centro Hospitalar de Setúbal.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela