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Plano de desconfinamento que está a circular é falso. E Governo apresenta queixa

Diogo Barreto 25 de fevereiro de 2021 às 12:48

Autor do documento diz que o mesmo tinha como função apresentar uma propsota ao Governo e que foi partilhado inicialmente apenas entre amigos.

Um ficheiro em PDF que está a circular pelas redes sociais com um suposto plano de desconfinamento que teria início já no mês de março é falso e não tem qualquer validade.

EPA/MANUEL DE ALMEIDA

"Encontra-se a circular um documento falso que apresenta um suposto plano de desconfinamento, imputado ao Governo, o qual consiste numa adulteração abusiva da tabela de desconfinamento divulgada em abril do ano passado", escreve o Governo.

A confirmação da falsidade do documento foi garantida pelo Governo. O gabinete do primeiro-ministro enviou um comunicado a dizer que se verificou uma "adulteração abusiva da tabela de desconfinamento divulgada em abril do ano passado" e acrescenta que a "falsificação será objeto de comunicação ao Ministério Público".

"Este documento não tem qualquer veracidade, não é da autoria do Governo, nem se baseia em qualquer trabalho preparatório, pelo que às informações constantes do mesmo não deve ser atribuída qualquer credibilidade. Pela desinformação e falsas expectativas que tal documento pode gerar, com o inerente risco para a saúde pública, esta falsificação será objeto de comunicação ao Ministério Público", afirma o gabinete do Goveno no comunicado.

O gabinete do primeiro-ministro adianta que estão a ser preparados "os futuros passos de desconfinamento, que serão dados em devido tempo, em articulação com a estratégia de testagem e o plano de vacinação".

"O Governo considera que é inoportuno proceder nesta fase a qualquer apresentação ou discussão pública sobre o tema. Este não é ainda o momento do desconfinamento. Pelo contrário, tal como referido no projecto de decreto de Sua Excelência o Presidente da República, não é recomendado pelos peritos reduzir ou suspender, neste contexto, as medidas de restrição dos contactos", pode ainda ler-se no comunicado.

Autor diz que documento foi partilhado em grupo de amigos
Carlos Macedo e Cunha, consultor e colunista no jornalObservador, é o autor do documento falso. Em entrevista ao jornal Expresso admitiu a autoria do ficheiro original e esclareceu que este foi "partilhado num grupo fechado de amigos".

Macedo e Cunha afirma que o documento foi alterado por terceiros que colocaram o logotipo do Governo, apropriando-se "indevidamente" do ficheiro.

De acordo com o seu autor, o ficheiro original "serviu de base para desenvolvermos uma proposta de plano para apresentar ao Governo". "Foi partilhado num grupo fechado de amigos pouco passava da meia-noite para lhes pedir exatamente opiniões e sugestões de desenvolvimento. A nossa ideia foi preparar uma proposta com base no que está a acontecer noutros países e tendo em conta o que tem acontecido aqui em Portugal, para enviar ao governo e a todos os partidos com assento parlamentar e também ao Presidente da República", explicou ao semanário.

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