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Pires de Lima pede ao CDS que não se afaste do objectivo principal

10 de março de 2018 às 19:12

"O nosso adversário não é o PSD, partido amigo e com quem ambicionamos voltar a governar, o nosso adversário é o PS e a esquerda radical ", defendeu o antigo ministro.

O ex-ministro da Economia António Pires de Lima afirmou, este sábado, que "seria bom" que o futuro primeiro-ministro fosse do CDS-PP, mas pediu ao partido para não se desfocar e salientou que o adversário é o PS.

"Em Portugal, a nossa economia não aguenta duas legislaturas movidas a 'geringonça' e é muito importante sentir a força do CDS, a ambição do CDS de ser a âncora de uma alternativa política que dê um novo rumo e um novo primeiro-ministro a Portugal", afirmou Pires de Lima, numa intervenção no 27º Congresso do CDS-PP, que decorre até domingo em Lamego (Viseu).

Para o antigo dirigente do CDS-PP, "seria bom que esse primeiro-ministro viesse, finalmente, do CDS".

"Devemos lutar por esse objectivo, mas, atenção, não nos devemos desfocar: o nosso adversário não é o PSD, partido amigo e com quem ambicionamos voltar a governar, o nosso adversário é o PS e a esquerda radical e a nossa luta é dar um governo não socialista a Portugal", apelou.

Pires de Lima, que hoje é apenas militante base, disse ter um "enorme orgulho" na "forma tranquila" como o partido fez a transição da liderança de Paulo Portas para Assunção Cristas.

"O CDS evoluiu ao longo dos últimos anos, e também pela liderança da Assunção, para uma casa tranquila que sabe afirmar os seus valores sem que isso seja sentido como uma ameaça para quem nos ouve e quem pode votar em nós", defendeu.

Muito crítico em relação ao Governo, Pires de Lima considerou que, com o actual primeiro-ministro, António Costa, "Portugal foi convidado a entrar numa espécie de 'mood relax' de ambição limitada e com qualquer esforço de reforma e competitividade paralisado".

Ao CDS-PP, Pires de Lima pediu que lute por travar o tempo do actual "mexe-mexe fiscal", defendendo que as empresas precisam de "um quadro fiscal previsível e amigo do investimento" e deixou duas propostas concretas.

Por um lado, que as Pequenas e Médias Empresas não paguem mais de 12,5-15% de IRC.

Por outro, que, no espaço de uma legislatura, seja possível reverter o aumento de impostos que aconteceu durante o Governo PSD/CDS-PP, quando o país estava sob assistência financeira externa.

"Quem vive do seu trabalho em Portugal vive num regime de servidão fiscal que não pode ser perpetuado", afirmou, propondo que o CDS-PP estabeleça como objectivo que, no prazo de quatro anos, "ninguém que viva do seu trabalho seja obrigado a dar ao Estado mais do que 50% dos seus rendimentos", entre IRS e contribuições para a Segurança Social.

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