Secções
Entrar

Petróleo: Costa diz que se houver exploração terá de haver estudo prévio

01 de junho de 2018 às 15:49

O Primeiro-ministro refere-se ao possível furo e exploração de hidrocarbonetos ao longo da costa algarvia.

O primeiro-ministro disse esta sexta-feira, no Algarve, que no caso de haver petróleo na costa algarvia e se se decidir avançar com a exploração de hidrocarbonetos terá de ser feito previamente um estudo de impacto ambiental.

1 de 2

"[A recente dispensa de estudo] vai permitir, em primeiro lugar, que se faça já a prospecção, para ver se temos [petróleo] ou não temos. O país tem que saber quais são os recursos com que conta para poder decidir o que é que faz com os seus recursos, mas a decisão foi muito clara: se vier a haver exploração, tem de haver estudo de impacto ambiental", declarou.

António Costa, que falava aos jornalistas em Loulé, durante um evento de comemoração do Dia da Criança, alertou para o facto de apesar de o mundo caminhar cada vez mais rumo à descarbonização da economia e às energias renováveis, ainda estaremos "durante muitos e muitos anos" dependentes do petróleo.

A 16 de Maio, no último dia do prazo previsto, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) dispensou de estudo de impacto ambiental a prospecção de petróleo ao largo de Aljezur pelo consórcio Eni/Galp.

O presidente da APA, Nuno Lacasta, justificou a decisão referindo que "não foram identificados impactos negativos significativos" na realização do furo de prospecção petrolífera.

"Há uma coisa que nós temos que ter noção: mesmo quando tivermos alcançado, em 2050, se tudo correr muito bem, uma fase de neutralidade carbónica, ainda assim, nós teremos que importar entre 10 a 15 milhões de barris por ano para continuar a satisfazer os abastecimentos", exemplificou o primeiro-ministro.

Segundo António Costa, embora o Governo tenha vindo a tomar medidas para que cada vez seja menos necessário o recurso ao petróleo, não se pode "ignorar que durante muitos e muitos anos o mundo vai continuar ainda a consumir petróleo" e que Portugal paga "uma factura imensa ao estrangeiro" por importar petróleo.

"O mínimo que podemos fazer é saber se temos ou não temos recursos, depois, pode decidir-se o que fazer", concluiu.

Antes da actividade de perfuração daquele que será o primeiro furo de pesquisa de hidrocarbonetos em Portugal, haverá um período de preparação com a duração aproximada de três meses.

O furo deverá avançar entre Setembro e Outubro, na áreaoffshore denominada bacia do Alentejo, a 46 quilómetros de Aljezur.

A fase de preparação decorrerá numa base logística, em Sines, situada a aproximadamente 88 quilómetros do local da sondagem.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela