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PCP considera que medidas anunciadas pelo Governo são "desproporcionais"

01 de novembro de 2020 às 08:19

Jerónimo de Sousa criticou também os "termos pouco claros que a legislação sobre o uso da máscara vem suscitando" e o que se passou sexta-feira nas principais saídas da cidade de Lisboa, incluindo as pontes sobre o Tejo.

O secretário-geral do PCP defendeu num comício em Alhos Vedros, no concelho da Moita, que as medidas anunciadas no sábado pelo Governo para combater a covid-19, são "desproporcionais e para além do estritamente necessário".

"Esta epidemia, como o PCP sempre tem reiterado ao longo dos meses, coloca problemas sanitários, económicos e sociais, que não são resolvidos pela limitação de direitos e pela criação de climas de medo", disse Jerónimo de Sousa, num comício de apoio à candidatura de João Ferreira à Presidência da República.

"As medidas de regulação que a situação sanitária exige a cada momento devem sempre ser fundamentadas, de aplicação clara e sem margem para arbitrariedades e uso do poder, sob pena de não só não serem compreendidas e aceites como, pelo contrário, serão rejeitadas pelas populações", acrescentou.

Jerónimo de Sousa criticou também os "termos pouco claros que a legislação sobre o uso da máscara vem suscitando" e o que se passou sexta-feira nas principais saídas da cidade de Lisboa, incluindo as pontes sobre o Tejo.

"A imposição de barreiras à hora de regresso a casa, depois de um dia de trabalho, colocando muitas dezenas de milhares de pessoas, entre elas crianças, várias horas fechadas dentro dos automóveis e autocarros, em intermináveis filas, é inaceitável", afirmou.

Para Jerónimo de Sousa, tratou-se de "uma ação gratuita e desproporcionada, sem qualquer efeito prático relativamente ao combate à epidemia, mas profundamente penalizadora da vida das populações".

"Para o PCP, a prioridade do combate à covid-19 é o reforço do Serviço Nacional de Saúde, com o reforço urgente de profissionais em falta, o aumento do número de camas hospitalares, nomeadamente camas de cuidados intensivos", frisou o líder comunista.

Outras medidas, vincou, passam por "normalizar o funcionamento de cuidados de saúde primários através do recrutamento de meios e enfermeiros de família e o alargamento da estrutura de saúde pública, instrumento fundamental para a deteção dos surtos e interrupção das cadeias de contágio".

"Opções políticas que deveriam estar, desde logo, espelhadas no Orçamento do Estado para 2021, bem como outras para dar resposta aos graves problemas que o país enfrenta", advogou.

No comício em Alhos Vedros, Jerónimo de Sousa reiterou também a ideia de que apesar da abstenção do PCP na votação na generalidade do Orçamento de Estado para 2021, a decisão final do PCP ainda não está tomada.

"A decisão final do PCP sobre o Orçamento do Estado dependerá, não dos apelos ou das chantagens que sobre nós exerçam, venham elas de onde vierem, incluindo do atual Presidente da República que nos queria amarrar a um orçamento independentemente do seu conteúdo, em nome de uma suposta estabilidade", assegurou Jerónimo de Sousa.

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