Pacheco Pereira: gregos preferem "dignidade e patriotismo"
O comentador da SIC defende que o povo helénico poderá "falhar", contudo enaltece o facto de não ser submisso "aos poderosos"
O historiador e antigo dirigente do PSD Pacheco Pereira lançou na quinta-feira farpas aos "tecnocratas pedantes que detestam a democracia", elogiando a tenacidade do povo grego pela forma como tem lidado com a actual crise.
Os gregos, considerou, preferem "dignidade e patriotismo" a "andar de cabeça baixa, a abanar a alma aos poderosos".
"Não sei se isto é de direita ou esquerda. Sei que isto é certamente ser um bom grego. E esse é o exemplo que queremos para nós", vincou ainda Pacheco Pereira, que falava, em Lisboa, num debate centrado na crise europeia e na actual situação na Grécia, encontro tido poucos dias antes de um referendo no país sobre a aceitação, ou não, das propostas dos credores internacionais.
O antigo dirigente do PSD Não diz não querer saber "se o governo grego está a fazer tudo bem ou não", mas o destino de Atenas "não é indiferente" a Portugal.
Os gregos "podem falhar, mas resistiram", advogou o historiador e ex-líder parlamentar do PSD.
Marisa Matias (eurodeputada do BE), Manuel Alegre (antigo candidato presidencial), Francisco Louçã (antigo líder bloquista) e Hélia Correia (recente vencedora do Prémio Camões) são alguns dos outros oradores no encontro desta noite que decorre no Fórum Lisboa.
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, afirmou hoje que as negociações com os credores internacionais vão ser retomadas a seguir ao referendo e defendeu que uma vitória do "não" não significa virar as costas à Europa.
"No dia seguinte ao referendo, retomaremos de imediato os nossos esforços para alcançar um acordo" com os credores internacionais, disse hoje o chefe do Governo grego, numa entrevista à televisão grega ANT1, descrita em inglês na sua conta oficial no Twitter.
Alexis Tsipras continua a apelar ao voto no "não" no referendo que no domingo vai perguntar aos gregos se aceitam - ou não - as propostas dos credores, mas defendeu que uma vitória do "oxi' (não em grego) "não quer dizer não à Europa, mas exigir uma solução realista".
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