"Os professores não deixam que Governo algum lhes meta a mão"
Após reunião entre sindicatos e Executivo, Mário Nogueira diz que os docentes esbarraram "num muro de intransigências" e que a proposta apresentada é "rigorosamente igual, sem mudar uma virgula" face à que foi rejeitada.
Os professores garantem ter "esbarrado num muro de intransigência do Governo", que apresentou aos docentes uma proposta de recuperação de tempo de serviço "rigorosamente igual, sem mudar uma virgula" face à que foi rejeitada. As declarações foram feitas pelo secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, no final de uma reunião de cerca de uma hora entre as organizações sindicais e o Executivo.
"Os professores não deixam que Governo algum lhes meta a mão ao tempo de serviço que cumpriram", afirmou Mário Nogueira, explicando que os representantes dos vários sindicatos vão reunir-se esta terça-feira para discutir e decidir "se vale a pena perder mais tempo em reuniões" em que o Governo se recusa a avançar. A decisão dos docentes é clara: exigem a recuperação integral do tempo de serviço congelado, nove anos, quatro meses e dois dias.
O Governo propôs uma nova reunião para 4 de março, mas os professores só decidirão na terça-feira se valerá a pena voltar a reunir." A negociação está esgotada, pareceu-nos", disse.
Antes da reunião, a Fenprof acusara o primeiro-ministro, António Costa, de "má-fé" e de uma "tentativa de manipulação da opinião pública", defendendo que a recuperação do tempo de serviço congelado aos professores se resolverá nesta legislatura, mesmo "que não seja com este Governo". Algumas horas antes do início da reunião, os sindicatos foram surpreendidos pelas declarações do primeiro-ministro, que, no Egito, assumiu "algum pessimismo" para o reinício das negociações entre o Governo e os sindicatos de professores sobre o descongelamento das carreiras, devido à intransigência de Mário Nogueira.
Desde o início do ano que os sindicatos aguardavam pela marcação de um encontro negocial com o Governo, tendo recentemente ameaçado fazer greve durante o terceiro período letivo e admitido que os professores poderiam voltar a não realizar as reuniões de avaliação do final do ano, caso o executivo não iniciasse o processo negocial ainda este período.
Os professores exigem a recuperação integral do tempo de serviço -- nove anos, quatro messes e dois dias --, ao passo que a última proposta do Governo, apresentada no final do ano passado, previa a recuperação apenas de perto de três anos de serviço.
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