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Ordem dos Médicos diz que a insegurança nas maternidades é a "ponta do icebergue"

10 de abril de 2019 às 15:15

O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, considera que o Serviço Nacional de Saúde "trabalha na linha vermelha em todas as frentes".

AOrdem dos Médicosconsiderou esta quarta-feira que as falhas de segurança nas maternidades detetadas pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde são "a ponta do icebergue", afirmando que o SNS "trabalha na linha vermelha em todas as frentes".

Problemas nos sistemas de videovigilância e nas portas de fecho automático nos serviços de obstetrícia e pediatria e insuficiente controlo no acesso às instalações, nomeadamente aos pisos de internamento, foram algumas das falhas detetadas pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) em auditorias realizadas aos centros hospitalares e universitários de Coimbra, Porto, Algarve e Évora, e hoje divulgadas pelo jornalPúblico.

Para o bastonário dos médicos,Miguel Guimarães, estas falhas de segurança são "o espelho do desinvestimento de sucessivos Governos" noServiço Nacional da Saúdee, "infelizmente, vão ao encontro do que a Ordem dos Médicos tem vindo a dizer sucessivas vezes".

"O Serviço Nacional de Saúde trabalha na linha vermelha em todas as frentes. As deficiências são gritantes nas várias áreas, dos recursos humanos, aos equipamentos, passando pelo clima de insegurança que se sente nos nossos hospitais e centros de saúde", lamenta em comunicado o bastonário da Ordem dos Médicos.

Miguel Guimarães sublinha que, "se o Ministério da Saúde não está a cumprir uma legislação que soma mais de dez anos e que diz respeito à segurança dos recém-nascidos na maternidade, não é difícil imaginar o que estará a acontecer de forma transversal, ainda mais em áreas que por ventura não tenham legislação específica".

No seu entender, "a insegurança nas maternidades é a ponta do icebergue" e questiona: "se não zelamos pela segurança das nossas crianças por quem zelamos?"

As auditorias da IGAS foram realizadas em 2018 a um serviço de internamento de adultos, às urgências, à obstetrícia, à pediatria e à neonatologia dos quatro centros hospitalares e universitários

"Da análise de todos os processos conclui-se que as irregularidades apresentadas são, de modo geral, comuns à maioria das unidades hospitalares auditadas", afirma a IGAS citada peloPúblico.

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