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Operação Marquês: Sócrates diz nada saber sobre Vale do Lobo

Lusa 04 de setembro de 2025 às 21:46

"Eu nunca indiquei Armando Vara para lugar nenhum", assegurou em tribunal o ex-primeiro-ministro.

José Sócrates garantiu esta quinta-feira não saber nada de Vale do Lobo, um 'resort' algarvio ao qual a Caixa Geral de Depósitos (CGD) concedeu um crédito considerado ruinoso, ligado a um dos crimes de corrupção imputados ao antigo primeiro-ministro.
Sócrates nega envolvimento no caso Vale do Lobo, durante julgamento da Operação Marquês, em Lisboa FILIPE AMORIM/LUSA
"Nunca o tema de Vale de Lobo me surgiu como tema político ou como tema pessoal. Não sei de nada de Vale do Lobo", disse o ex-governante (2005-2011) no sétimo dia de interrogatório no julgamento da Operação Marquês, em Lisboa. Segundo a acusação do Ministério Público, José Sócrates e o então administrador da CGD Armando Vara terão sido subornados num total de dois milhões de euros por dois administradores de Vale do Lobo, Diogo Gaspar Ferreira e Rui Horta e Costa, para beneficiar a partir de 2006 o empreendimento. A imputação baseia-se no pressuposto de que Armando Vara terá sido, no final de 2005, nomeado para a administração do banco público por indicação de José Sócrates. "Isso é mentira. (...) Eu nunca indiquei Armando Vara para lugar nenhum", assegurou em tribunal, precisando que o nome do antigo secretário de Estado e ministro no Governo de António Guterres (1995-2000) foi proposto pelo seu ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos. O antigo chefe de Governo acrescentou que, na altura, até levantou objeções "do ponto de visa político" à designação de Armando Vara para a CGD, tendo chegado a comentar com outros membros do executivo que tal poderia "dar asneira". No final, disse, acabou por concordar com a proposta de Fernando Teixeira dos Santos, por insistência deste. Esta quinta-feira, José Sócrates rejeitou também ter conhecido, na altura, os administradores de Vale do Lobo. O antigo primeiro-ministro, Armando Vara, Diogo Gaspar Ferreira e Rui Horta e Costa são quatro dos 21 arguidos da Operação Marquês e respondem maioritariamente por corrupção e branqueamento de capitais. Os 21 arguidos têm, em geral, negado a prática dos 117 crimes económico-financeiros que globalmente lhes são imputados. O julgamento começou em 03 de julho no Tribunal Central Criminal de Lisboa e prossegue a 09 de setembro, com a continuação do interrogatório a José Sócrates.
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