Secções
Entrar

Moradores do bairro da Jamaica protestam em frente à Câmara do Seixal

25 de janeiro de 2019 às 08:20

Associações e moradores do bairro da Jamaica protestam esta sexta-feira em frente à Câmara do Seixal, no distrito de Setúbal, contra a "brutalidade policial" e "por habitações dignas".

Associações e moradores do bairro da Jamaica protestam hoje em frente à Câmara do Seixal, no distrito de Setúbal, contra a "brutalidade policial" e "por habitações dignas".

Em declarações à Lusa, António Tonga, membro do Coletivo Consciência Negra, explicou que o objetivo do movimento é dar espaço à comunidade para mostrar que "os negros e as pessoas da periferia têm sido alvos em relação à questão policial e da falta de habitações dignas".

O protesto vai decorrer em frente à Câmara do Seixal, pelas 16:00, e está a ser organizado por várias associações que estão "solidárias" com a população de Vale de Chícharos (conhecido como bairro da Jamaica), tais como o Coletivo Consciência Negra, a SOS Racismo, a Plataforma Gueto, a FEMAFRO e a Afrolis -- Associação Cultura.

Contudo, a Associação de Desenvolvimento Social de Vale de Chícharos demarcou-se desta iniciativa, referindo, em comunicado, que agora se pretende "retomar as rotinas diárias e seguir em frente".

"A câmara municipal tem uma palavra a dizer no que toca à atuação da polícia. Sabemos que a polícia não está sob tutela da câmara, mas enquanto órgão representante do Estado português tem de ter uma voz firme em relação à brutalidade policial, à violência desnecessária e à estigmatização da comunidade. Não tem como dissociar", explicou António Tonga, do Coletivo Consciência Negra.

Numa resposta enviada à Lusa, a Câmara do Seixal esclareceu que o ambiente tem estado "completamente tranquilo" em Vale de Chícharos (bairro de habitação precária) e que "os esforços do município estão concentrados na resolução dos problemas habitacionais existentes".

No domingo de manhã, a PSP foi chamada a Vale de Chícharos após ter sido alertada para "uma desordem entre duas mulheres", o que resultou no ferimento, sem gravidade, de cinco civis e de um agente, segundo a força de segurança.

Devido a este incidente, seguiu-se uma manifestação em frente ao Ministério da Administração Interna, em Lisboa, que resultou em quatro detenções por apedrejamento aos agentes da PSP, de acordo com a polícia.

Contudo, em declarações à Lusa, vários moradores afirmaram que "não convocaram" manifestações ou protestos fora do concelho do Seixal.

António Tonga realçou que a manifestação de hoje é uma oportunidade para "protestar de forma pacífica".

O Ministério Público e a PSP abriram inquéritos ao incidente no bairro.

Esta semana, a polícia tem reforçado o policiamento em várias zonas de Setúbal, Loures, Odivelas e Sintra, devido a incêndios a caixotes do lixo e viaturas.

No concelho de Setúbal foram lançados 'cocktails Molotov' contra uma esquadra e um autocarro foi incendiado.

A polícia indicou estar a investigar, dizendo não ter indícios de que estes atos de vandalismo estejam relacionados com a manifestação no centro de Lisboa.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela