Ministro da Saúde: "Somos todos Centeno"
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, negou hoje, aos deputados presentes no debate sobre Saúde que decorre no parlamento, a existência de qualquer cisma com as Finanças.
O ministro da Saúde negou hoje, aos deputados presentes no debate sobre Saúde que decorre no parlamento, a existência de qualquer cisma com as Finanças e, perante as acusações da oposição neste sentido, garantiu: "Somos todos Centeno".
Adalberto Campos Fernandes falava na Assembleia da República durante um debate com carácter de urgência sobre o estado da Saúde, solicitado pelo PSD, em resposta à deputada Galriça Neto (CDS), para quem "só falta mesmo é um grupo de trabalho para apoiar os grupos de trabalho que o ministro da Saúde vai criando".
Para o ministro da Saúde, Galriça Neto limita-se a fazer um "exercício de contorcionismo político de falta de verdade".
"Não vale a pena ir pelo caminho de que existirá um grande cisma no Governo entre o ministro da Saúde e o ministro das Finanças. Esse é um caminho errado e completamente esgotado".
E para reforçar a ideia, o ministro afirmou: "Somos todos Centeno".
A deputada social-democrata Fátima Ramos (PSD) aproveitou a ideia e, no final de um rol de críticas em que enumerou uma série de faltas nas unidades de Saúde, apelou a Adalberto Campos Fernandes: "Não seja Centeno. Olhe para as pessoas".
Ao longo do debate, têm sido várias as insinuações à alegada dependência da Saúde em relação às Finanças, com o PS, através do deputado António Sales, a assumir a defesa do Governo e a acusar a oposição de insistir num "exercício estéril que nada acrescenta à Saúde".
A primeira intervenção de Moisés Ferreira (BE) foi um recado para os sociais democratas: "Houvesse um pingo de vergonha na bancada do PSD e poupar-nos-ia a este espectáculo".
A afirmação motivou vários apupos da bancada social-democrata, aos quais Moisés Ferreira respondeu, afirmando que "a verdade incomoda".
PSD denuncia que Saúde está dependente de Centeno
Antes o PSD acusou o ministro da Saúde de ser uma "flor de lapela" do Serviço Nacional de Saúde (SNS) que está "reduzido a um mero protetorado do imperador Centeno", numa referência ao ministro das Finanças, omnipresente no discurso do deputado Adão e Silva.
O deputado social-democrata iniciou, desta forma, o debate de urgência sobre a situação da saúde em Portugal, solicitada pelo PSD, fazendo várias referências ao ministro das Finanças.
"O ministro das Finanças é que decide que os concursos para médicos, tão urgentes, devem ser adiados", e que "determina a quem e quando os hospitais podem pagar as dívidas" e "autoriza a compra de equipamentos médicos e as obras de melhoria ou de ampliação dos hospitais e dos centros de saúde", disse.
O parlamento está hoje de manhã a analisar a situação da Saúde em Portugal, num debate solicitado com urgência pelo PSD.
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