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Militares e GNR andaram "porta a porta"

24 de julho de 2017 às 17:55

Ministro da Defesa garantiu que foi realizado "um trabalho de rastreio muito intenso" para apurar se existiriam mais vítimas no incêndio

O ministro da Defesa, Azeredo Lopes, garantiu que foi realizado "um trabalho de rastreio muito intenso" por parte das Forças Armadas e da GNR no terreno para apurar se existiriam mais vítimas no incêndio de Pedrógão Grande.

"A partir de certa altura, o que se tentou apurar foi, para além daquelas 64 vítimas - o número oficial dado pelo Instituto Nacional de Medicina Legal -, ver se havia ainda a hipótese de haver outros corpos e outras vítimas que não tivessem sido encontrados", disse aos jornalistas o membro do Executivo, que esteve em Pedrógão Grande esta segunda-feira, na cerimónia do Dia do Município.

Segundo Azeredo Lopes, para averiguar tal possibilidade, foi realizado "um trabalho de rastreio muito intenso levado a cabo quer pelas Forças Armadas quer pela GNR", que foram "terreno a terreno, espaço a espaço, casa a casa, para ver se, infelizmente, haveria mais corpos ou mais vítimas a reportar".

O ministro da Defesa sublinhou ainda que o facto de não se conhecerem os nomes das vítimas é algo que não passa pelo Governo. Além disso, acrescentou, "nem pode" ser conhecida a identidade das vítimas, visto que o Ministério Público está a desencadear "um inquérito de natureza criminal" e entendeu, "até agora, que esses nomes não deveriam ser desvendados para protecção da investigação".

"A lista de nomes não é divulgada não porque o Governo queira ou deixa de querer, mas porque o Ministério Público entende que assim deve ser para salvaguardar devidamente a investigação", reforçou.

Porém, Azeredo Lopes defendeu que qualquer cidadão que considera que o nome de uma determinada vítima "não está a ser devidamente registado" deve "dar a conhecer esse nome" e as circunstâncias da sua morte ao Ministério Público ou a outras autoridades, que "não deixarão de reportar esse facto".

"Até ver - e já passaram muitos dias sobre a tragédia -, ainda ninguém se dirigiu ao Ministério Público para esse efeito" ou a qualquer outra autoridade "para reportar essa morte", frisou, criticando o facto de se pensar que haveria uma "qualquer artimanha" para diminuir o número de mortos no incêndio de Pedrógão Grande.


Forças Armadas disponíveis para ajudar
O ministro da Defesa assegurou ainda que as Forças Armadas estão disponíveis para o município ou municípios "que solicitem" ajuda.

Os apoios podem ser feitos "de maneira 'ad hoc' ou a partir de uma avaliação completa das necessidades de construção", referiu Azeredo Lopes, sublinhando, por exemplo, o apoio que as Forças Armadas podem dar através da Engenharia Militar.

A curto prazo já existiram "várias solicitações" por parte de municípios, mas ainda não houve solicitações para uma acção a médio e longo prazo, acrescentou.

Nesse plano, há disponibilidade "para reparar o que o Exército puder reparar com as suas capacidades de engenharia", frisou o ministro, que visitou a Área de Localização Empresarial, nas Fontainhas, em Pedrógão Grande, que está a contar com a colaboração dos militares nos trabalhos de terraplanagem.  "Estou certo que até ao limite das disponibilidades, estaremos sempre disponíveis", sublinhou.

O incêndio que deflagrou em 17 de junho em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, provocou pelo menos 64 mortos e mais de 200 feridos e só foi dado como extinto uma semana depois.

Das vítimas do incêndio que começou em Pedrógão Grande, segundo as autoridades pelo menos 47 morreram na Estrada Nacional 236.1, entre Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, concelhos também atingidos pelas chamas.

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