Marcelo no Alentejo a distribuir afectos e recados a Costa
Presidente da República recordou as promessas feitas por Costa na campanha eleitoral sobre os apoios ao interior do País. Sobre o Programa de Estabilidade, a que chamou "sentado", recordou que falta a decisão de Bruxelas
O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, não se tem coibido de abordar a realidade da política portuguesa desde que chegou ao Palácio de Belém. Desta vez, recordou ao primeiro-ministro, António Costa, as promessas que fez sobre a aposta no Interior e falou sobre o Programa de Estabilidade com novas metas orçamentais aprovado pelo Governo.
No final de um jantar na Escola de Hotelaria e Turismo de Portalegre, o Presidente referiu que às vezes lhe perguntam "por que é que insiste tanto em ter esperança naquilo que existe e naqueles que são responsáveis pela governação" e deu a resposta: "Porque eu quero que eles tenham sucesso, porque o sucesso da governação de Portugal é o sucesso de Portugal".
Na presença do ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, Marcelo Rebelo de Sousa deixou, contudo, um recado ao Executivo do PS: "Espero que aquilo que foi prometido em relação a uma preocupação de incentivar investimentos no interior venha a corresponder à realidade. Foi um dos compromissos do senhor primeiro-ministro".
Num discurso de cerca de dez minutos, o Presidente da República respondeu também àqueles que questionam a quantidade de iniciativas que tem tido desde que iniciou funções, a 9 de Março. "Quando de vez em quando me perguntam - e a comunicação social gosta muito de perguntar - se não há o risco de aparecer muitas vezes, eu pergunto: como é que é possível estar próximo estando distante? Ou se está próximo ou não se está próximo", declarou. Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou que o seu compromisso "é a proximidade dos portugueses" e defendeu que isso "não é ficar no Palácio de Belém e de vez em quando aparecer aos portugueses".
Horas antes, o Presidente da República considerou que as metas inscritas no Programa de Estabilidade indicam que o Governo aceitou "a lógica do sistema", em vez de a contestar, e seguiu "o caminho menos ideológico e mais pragmático", "Eu acho que foi muito sensato e muito prudente e muito realista", disse.
Segundo o chefe de Estado, as metas orçamentais para 2016-2020 implicam "uma descida muito considerável do défice e um esforço de contenção" já no próximo ano, e é preciso esperar para saber "se realmente vai haver ou não essa contenção". "Vamos ver se a Comissão Europeia considera suficiente e, depois, vamos ver se é possível executar. Eu espero que sim", acrescentou.
Marcelo foi recebido no Alto Alentejo de forma calorosa pelos populares que, entre abraços, beijos, aplausos e muitas selfies deram as "boas vindas" ao chefe de Estado. A reunião semanal entre o Presidente e o primeiro-ministro realiza-se, esta sexta-feira, em Évora.
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