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Manhã da convenção da IL marcada por críticas à direção e a Leitão

Lusa 19 de julho de 2025 às 14:30

Margarida Pouseiro, que admitiu candidatar-se à liderança do partido, convidou todos os militantes da Convenção a votarem em branco na eleição de Leitão.

A primeira parte da X Convenção Nacional da IL, antes da interrupção para almoço, ficou marcada por críticas à direção do partido, com acusações de aproximação ao PSD e pedidos para votar em branco na eleição para a liderança.

PAULO CUNHA/LUSA

Durante as cerca de três horas entre o arranque dos trabalhos e a pausa para almoço, por volta das 13:30, algumas dezenas de militantes subiram ao palco do pavilhão onde está a decorrer a Convenção Nacional da IL, em Alcobaça, com críticas à direção do partido.

Margarida Pouseiro, que admitiu candidatar-se à liderança do partido, convidou todos os militantes presentes na Convenção a votarem em branco na eleição de Mariana Leitão, "para que a legitimidade da única candidata saia ainda mais fragilizada".

A militante fez duras críticas à direção e ao atual rumo da IL, afirmando que defende a meritocracia e a igualdade de oportunidades, mas, internamente, promove "sucessões dinásticas e assaltos internos ao poder para que ninguém possa entrar".

"Internamente, somos muito parecidos aos outros partidos. Ambicionamos ser Governo da República, mas somos os primeiros a atropelar estatutos e leis", acusou.

O militante José Carlos Batista chegou ao púlpito da Convenção com um exemplar de "A queda de um anjo", um romance de Camilo Castelo Branco sobre o processo de desencanto e acomodação de um político de província feito deputado nacional.

José Carlos Baptista definiu a IL como "um partido diferente" por ter "tantos e tão bons quadros" que não precisa de candidatar sempre os mesmos.

"Alguém se esqueceu foi de disso avisar" a candidata a presidente do partido, Mariana Leitão, a quem criticou pela candidatura a vários cargos.

"A deputada líder parlamentar que se fez candidata à Presidência da República e depois recandidata a deputada, e novamente candidata a líder parlamentar e, finalmente, candidata à Presidente do Partido", criticou, afirmando que Mariana Leitão "há de arranjar um cargo tão bom que não se candidatará a mais nenhum".

O membro Bruno Sanches defendeu que Mariana Leitão terá oportunidade de "consolidar uma nova etapa" no partido onde a "meritocracia é essencial", mas que "não pode continuar a mudar de liderança no meio do mandato".

Para este congresssista, o "mérito, ambição e exigência" são importantes, mas " um líder precisa de tempo", porque "a confiança constrói-se e não se herda".

Um partido que quer governar, rematou " tem de mostrar estabilidade, visão e continuidade estratégica".

Numa intervenção à distância, João Robalo lamentou a "decisão do partido de ir coligado com alguns dinossauros políticos do PSD, dos mais antigos aos mais recentes, em algumas das principais autarquias do país".

"O partido pode ganhar cargos com isto, mas perde oportunidades para marcar a diferença das suas ideias", sublinhou, antes de prosseguir uma intervenção sobre educação.

Também houve manifestações de apoio, com Paulo Trezentos a adaptar o lema de apoio ao primeiro-ministro Vasco Gonçalves, durante Processo Revolucionário em Curso (PREC), "força, força camarada Vasco, nós seremos a muralha de aço".

"Força, força, Mariana, a IL não abana", declarou Paulo Trezentos.

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