Secções
Entrar

Legalização da eutanásia seria "retrocesso civilizacional" e não é prioridade, diz PCP

24 de maio de 2018 às 11:57

Portugal não tem "uma situação social que coloque esta questão como uma questão prioritária", disse, no Parlamento, João Oliveira, líder da bancada do PCP.

O PCP vai votar contra os projectos de lei para a despenalização da eutanásia por ser um "passo no sentido do retrocesso civilizacional" e não ser "uma questão prioritária" para o país, anunciou esta quinta-feira o partido.

1 de 2

Portugal não tem "uma situação social que coloque esta questão como uma questão prioritária", afirmou, no parlamento, em Lisboa, João Oliveira, líder da bancada do PCP, numa conferência de imprensa, em que anunciou o voto contra os projectos de lei sobre o tema, do PAN, BE, PS e PEV, que vão a debate e votação no parlamento na terça-feira.

Mais do que questões de calendário ou tempo para fazer uma discussão, o PCP recusa "a ideia de que a dignidade da vida se assegura com a consagração legal do direito à morte antecipada"

Os "avanços técnicos e científicos", defendeu João Oliveira, devem ser usados para garantir "o aumento da esperança de vida e não para a encurtar, na dignificação da vida em vida".

"Há uma diferença substancial entre manter artificialmente a vida ou antecipar deliberadamente a morte, entre diminuir ou eliminar o sofrimento na doença ou precipitar o fim da vida", argumentou.

Os comunistas criticaram ainda implicitamente quem apresentou projectos quanto à eutanásia, apesar de não identificarem a quem se referiam.

Avançar agora com a mudança da lei, justificando-a com "casos extremos", "não é a forma adequada para a reflexão" e pode ser expressão de casos motivados por "vivência própria".

"Mas, é também, para uma parte dos seus promotores, uma inscrição do tema em busca de protagonismos e de agendas políticas promocionais", disse.

João Oliveira defendeu que se deve lutar, "no plano político e legislativo", pelo reforço dos cuidados paliativos, incluindo domiciliários, garantindo o direito a recusar-se determinados tratamentos e práticas médicas de "não prolongar artificialmente a vida".

"A preservação da vida humana, e não a desistência da vida, é património que integra o humanismo real -- e não proclamatório -- que o PCP assume nos princípios e na luta", concluiu.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela