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Jerónimo: Foi "o PCP que avançou com possibilidade de solução"

02 de setembro de 2016 às 21:22

Ainda assim, Jerónimo de Sousa assegura que "o PCP, mantendo os compromissos e a palavra dada, não regateará nenhum esforço na sua acção e intervenção, na sua proposta, para que se concretize uma nova política"

O líder comunista, Jerónimo de Sousa, justificou o acordo com PS como sendo uma forma de impedir a continuidade de PSD/CDS no poder, suscitando vaias àqueles partidos e ao anterior Presidente da República. As declarações foram feitas na abertura da 40ª Festa do Avante!, no Seixal.

 

Perante milhares de militantes e simpatizantes, que aplaudiram a solução política encontrada e denominada por "geringonça" (PS/BE/PCP/PEV), Jerónimo de Sousa congratulou-se ainda com o uso dos novos seis hectares de terreno do evento, a Quinta do Cabo da Marinha.

 

"Sim, tínhamos consciência de que, com um Governo do PS e um programa do PS, as questões de fundo e os problemas estruturais dificilmente encontrariam as respostas necessárias", admitiu o secretário-geral do PCP, criticando antes os quatro anos de mandato governamental de Passos Coelho e Paulo Portas, "sob o manto protector" do então Chefe de Estado, Cavaco Silva.

 

Porém, "havia duas questões urgentes" - "impedir que o Governo PSD/CDS prosseguisse a sua política de terra queimada e, em segundo lugar, com a nova fase da vida política nacional, que fosse encetado um caminho de reposição de salários, rendimentos e direitos, horários de trabalho", além de "salvar serviços públicos (saúde, escola pública, segurança social)" ou "travar privatizações anunciadas", "suster a sangria da emigração", "devolver feriados roubados", entre outras medidas.

 

O secretário-geral comunista salientou que em 4 de Outubro de 2015 "a maioria do povo português aplicou uma derrota pesada a PSD/CDS, deixando-os em minoria na Assembleia da República" e, "quando a direita se preparava para transformar uma derrota numa vitória, continuar no Governo para dar cabo do resto", foi "o PCP que avançou com a possibilidade de uma solução política", merecendo palmas dos visitantes da festa.

 

"Consideramos incontornável a necessidade de uma política alternativa, patriótica e de esquerda, que nos liberte das grilhetas que nos amarram, ponha Portugal a produzir, dê valor ao trabalho com direitos, combata o desemprego e a precariedade", enunciou, concluindo: "essa necessidade é inseparável da possibilidade, sim, é possível!".

 

Segundo Jerónimo de Sousa, "o PCP, mantendo os compromissos e a palavra dada, não regateará nenhum esforço na sua acção e intervenção, na sua proposta, para que se concretize uma nova política".

 

O líder comunista elogiou ainda a campanha de angariação de fundos entre militantes e "amigos do partido", que rendeu 1,2 milhões de euros para a compra (950 mil euros) de mais um terço do recinto do evento comunista e "a labuta", o "roçar e limpar mato", "abrir valas, condutas, arruamentos, infra-estruturas de água, saneamento", o "estender cabos eléctricos e de comunicações", acrescentando que muitos dos participantes tiraram "autênticos cursos de formação prática".

 

"Podemos hoje, aqui, afirmar que a Quinta do Cabo, tal como a Atalaia, é nossa!", gritou, brindado com muitos aplausos e incentivos.

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