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Jerónimo diz que PS "deixou-se embriagar" pelas sondagens

30 de setembro de 2019 às 21:02

Secretário-geral do PCP diz que socialistas entraram na campanha a pensar na maioria absoluta e que têm "traços de política de direita".

O líder comunista descreveu hoje um PS embriagado pelas sondagens positivas e com uma génese, que contempla, segundo Jerónimo de Sousa, a "política de direita", num míni-comício junto à Ria de Aveiro, no centro da cidade.

"O PS não mudou de génese e, com essa consciência, começou esta campanha eleitoral pensando na maioria absoluta, embriagando-se sempre com as sondagens. Começou a considerar que aqueles que, como nós, tinham dado uma contribuição decisiva para os avanços, são muito excessivos, reivindicam muito, propõem muita coisa. Não pode ser, isso é o passo maior que a perna, é dar tudo a todos - os mesmos argumentos do Governo anterior", lastimou.

O secretário-geral do PCP citou a título de exemplo a entrada em vigor, terça-feira, da nova legislação laboral, já com as alterações introduzidas pelo Governo socialista, após acordo em concertação social, "com o apoio do patronato e a bênção de PSD e CDS".

"No quadro desta nova solução, é preciso que entendamos que o PS não mudou, não mudou de programa, de objetivos. O PS tem, na sua génese, traços de política de direita que os trabalhadores e o povo portugueses sentiram no passado recente", acusou.

Jerónimo de Sousa voltou a atacar a possibilidade de os socialistas poderem atingir a maioria absoluta nas eleições de domingo.

"Vai o PS ficar por aqui? É mau sinal que pretenda uma maioria absoluta. Pode-se dizer que é um direito legítimo, mas quer maioria absoluta para quê? Para ficar de mãos livres, para não ter de se sujeitar à composição real da Assembleia da República. Não tenhamos ilusões: solto, o PS voltará a ser o que sempre foi e nunca deixou de ser, mas, não precisando da conjuntura, irá prosseguir essa mesma política de direita", sentenciou.

Para o líder comunista, o Governo do PS "sabe e tem a consciência de que foram os trabalhadores que determinaram esta solução política [atual, de acordos à esquerda no parlamento], pela luta que travaram durante quatro anos contra o Governo anterior".

"Quando se pensava que o PS estava neste carreiro de avanço de direitos e regalias, verificamos que se andou para trás e muito", lamentou, referindo-se novamente às alterações ao Código do Trabalho, as quais foram alvo de pedido de fiscalização sucessiva da constitucionalidade por parte precisamente de PCP, BE e "Os Verdes".

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