Instituições de saúde estão preparadas para surto de gripe
Secretário de Estado garante que estão criadas condições de apoio de retaguarda para prevenir "uma afluência inesperada" às urgências
O secretário de Estado da Saúde afirmou esta quarta-feira, 19, no Porto que estão criadas condições de apoio de retaguarda às instituições de saúde, prevenindo assim "uma afluência inesperada" aos serviços de urgência, como a ocorrida no último surto de gripe.
Eurico Castro Alves falava no lançamento de uma Campanha Nacional de Vacinação destinada, especificamente, à população com idade superior a 65 anos, que se realizou num lar de emergência social destinado a acolher idosos, no Porto.
A campanha tem por objectivo proteger e prevenir um grupo alvo considerado "prioritário e fragilizado", dotando-o de meios preventivos contra a gripe sazonal e minimizar os efeitos de uma pressão acrescida no acesso aos serviços (urgências) e estabelecimentos do Serviço Nacional da Saúde no período do frio.
"Estamos a trabalhar em conjunto para que no período de surto máximo de gripe haja uma retaguarda para aqueles casos exclusivamente sociais e que muitas vezes estão a ocupar camas nos hospitais desnecessariamente", sublinhou.
A campanha de vacinação deverá prolongar-se por duas semanas e mobilizará os profissionais dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) que farão o apoio domiciliário aos lares/IPSS para reforçar a vacinação a este grupo-alvo.
"Queremos que as pessoas estejam imunes ao surto da gripe que aí vem e com isto diminuir a pressão sobre os serviços hospitalares e sobre os cuidados primários de saúde. Libertar o mais possível e deixar os serviços disponíveis para aqueles casos mais graves", referiu.
INEM, serviços de saúde privados em alerta
Eurico Castro Alves disse ainda que o encaminhamento de doentes para os serviços de saúde privados "será uma solução de último recurso".
"Acredito que com as medidas que estamos a tomar neste momento não chegará a ser necessário, mas como é nossa obrigação estar preparados para todos os cenários essa é uma possibilidade no limite que não deixamos de considerar", acrescentou.
O secretário de Estado da Saúde referiu que no período crítico, ou seja, aquele em que haverá "mais pressão e solicitação" nas instituições de saúde, "serão alocados mais recursos e mais disponibilidades".
Neste período, que será determinado pela Direção-Geral de Saúde, decorrerão "um conjunto de medidas especiais no sentido de prevenir qualquer situação para a qual não se consiga ter capacidade de resposta. Desde logo, o Instituto de Emergência Médica (INEM) estará preparado para colocar macas em qualquer ponto do território nacional, em qualquer hospital, se houver necessidade de reforçar a sua capacidade".
"Temos um acordo com as instituições de solidariedade no sentido de garantir uma retaguarda aos doentes que não precisam de estar nos hospitais e nos serviços de urgência e temos agora esta operação à escala nacional que é a de vacinar a população de risco tanto quanto possível, quer os maiores de 65 anos quer os profissionais de saúde", acrescentou.
Um milhão de pessoas vacinadas
O secretário de Estado da Saúde disse que, neste momento, há um milhão e 200 mil vacinas já disponibilizadas e que já terão sido vacinadas cerca de um milhão de pessoas.
"Queremos chegar a todas as pessoas de risco e, no caso dos lares de terceira idade, todas as pessoas com mais de 65 anos. Por isso é que desencadeamos esta campanha à escala nacional em que todos os ACES, centros de saúde e ARS vão mobilizar todos os recursos disponíveis no sentido de nas próximas duas semanas, conseguirmos vacinar todos os idosos", frisou.
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