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IL defende que nomeação do governador do Banco de Portugal deveria ser feita por concurso público

Lusa 26 de julho de 2025 às 13:46

Questionada sobre o investimento na nova sede do BdP, Mariana Leitão disse que se fala num investimento avultado e um processo que já estava em curso, defendendo que é necessário que seja feita "uma avaliação mais criteriosa e muito detalhada a este processo".

A presidente da Iniciativa Liberal (IL) defendeu este sábado que a nomeação do governador do Banco de Portugal (BdP) deveria ser feita através de um concurso público e não de nomeação, evitando assim uma agenda política para o cargo.

Pedro Catarino

"A IL tem uma visão completamente diferente sobre esta matéria, porque acreditamos que estas nomeações não devem ser políticas, mas sim feitas através de um concurso público porque permite anular as suspeitas de interferências políticas no cargo, de um governador com eventual agenda política", vincou Mariana Leitão.

A líder da IL acrescentou que ainda que uma escolha do governador do BdP é aquela que "tem um melhor currículo".

"Não colocamos em causa o currículo do recém-nomeado Álvaro dos Santos Pereira. O que não concordamos é que estas nomeações continuem a ser feitas desta forma, para garantir a total independência do regulador, face ao poder político, sendo esta a nossa proposta", vincou Mariana Leitão.

Para a IL, Álvaro dos Santos Pereira, apesar de ter feito parte de um Governo do PSD, "tem sido, sempre, uma pessoa independente, até porque está afastado da política há já vários anos".

"Esta situação é muito diferente da do ex-governador do BdP, Mário Centeno, que saiu diretamente de ministro das Finanças de um Governo liderado pelo PS, e que nós criticamos na altura e continuamos a criticar, não fazer qualquer sentido, porque é uma porta giratória. Acreditamos que Álvaro dos Santos Pereira tem outro nível de independência. A nomeação política deixa sempre promiscuidade", vincou a presidente da IL.

Questionada sobre o investimento na nova sede do BdP, Mariana Leitão disse que se fala num investimento avultado e um processo que já estava em curso, defendendo que é necessário que seja feita "uma avaliação mais criteriosa e muito detalhada a este processo".

"É preciso verificar o custo/benefício desta operação e perceber o que esteve por de trás desta decisão para desenvolvimento deste projeto, como a compra do terreno, e vamos aguardar a avaliação que o próprio Governo vai fazer, porque Mário Centeno disse que o Governo estava informado, que ainda não se pronunciou sobre a matéria", defendeu.

O economista Álvaro Santos Pereira foi na quinta-feira escolhido para governador do Banco de Portugal (BdP), sucedendo no cargo a Mário Centeno.

A indicação foi tomada na reunião do Conselho de Ministros e anunciada no final, em conferência de imprensa, pelo ministro dos Assuntos Parlamentares, António Leitão Amaro.

Álvaro Santos Pereira foi ministro da Economia e do Emprego de 2011 a 2013, no Governo de Pedro Passos Coelho (PSD/CDS-PP) e é atualmente o economista-chefe da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

Mariana Leitão, falava hoje aos jornalistas, à margem da apresentação pública do candidato da IL à Câmara de Bragança, que decorreu no centro histórico desta cidade transmontana.

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